23/04/2024 às 09h43min - Atualizada em 23/04/2024 às 09h43min

Cresce a adoção das criptomoedas na América Latina

Juan Allan

Juan Allan

Juan Allan, jornalista argentino, residente na Tailândia, é um profissional experiente focado em tecnologia, criptografia e finanças.

Nos últimos anos, o mercado de criptomoedas cresceu rapidamente, gerando cada vez mais interesse em nível internacional.

Segundo dados fornecidos pela
Statista, espera-se que o mercado de criptomoedas na região latino-americana alcance um ganho de 2,4 bilhões de dólares até 2028, crescendo a uma taxa anual composta de 10,32%.

Um claro exemplo do crescimento do mercado cripto na região foi a adoção do Bitcoin em El Salvador, em 2021. Da mesma forma, países da região como Brasil, México e Argentina lideraram a adoção de criptomoedas em nível mundial, estando no top 20 dos países com maior adoção cripto do recente estudo da Chainalysis.

As criptomoedas têm sido utilizadas com diversos casos de uso na região latino-americana como meio transacional para compras e vendas, envio de remessas, meio de poupança e investimento, entre outros.

Os principais desafios para o ecossistema cripto

Nos últimos anos, a adoção de criptomoedas como o Bitcoin cresceu rapidamente nas cidades da América Latina.

Ainda assim, continuam existindo diversos desafios que devem ser superados para que o Bitcoin consiga se posicionar como um ativo de uso massivo.

Claudio Cossio, fundador da Meta Pool, afirmou: "os ativos digitais com paridade ao Dólar (stablecoin) são uma maneira simples para que pessoas e/ou organizações possam enfrentar a situação de incerteza na América Latina, já que retêm seu poder aquisitivo, evitando se expor a desvalorizações e hiperinflações pelas quais a região passa."

Um dos principais desafios enfrentados pela adoção de criptomoedas na América Latina é a falta de leis ou regulamentações por parte das autoridades locais, com uma abordagem tripla normativa tributária, de compliance e financeira.

Nesse sentido, ainda há vários países na região com lacunas legais ou áreas cinzentas em relação ao uso de criptomoedas como o Bitcoin.

Da mesma forma, a falta de educação sobre os casos de uso, as vantagens e possibilidades de ativos como o Bitcoin costuma ser uma realidade em várias sociedades da América Latina. Onde as criptomoedas só chegam a grupos específicos de pessoas sem contar com níveis de educação massivos sobre o tema.

Outro desafio enfrentado pela adoção do Bitcoin é a falta de infraestrutura e tecnologia; muitas cidades na América Latina ainda não contam com a infraestrutura tecnológica necessária para que os usuários possam interagir com o Bitcoin.

Principais fatores por trás do crescimento cripto na América Latina

Existem diversos fatores por trás da adoção das criptomoedas estáveis na América Latina, de tipo econômico, social e político.

Do ponto de vista dos fatores econômicos, podemos destacar que as economias latino-americanas costumam ser caracterizadas por terem graves problemas econômicos, como altos níveis de inflação, falta de bancarização e inclusão financeira, e uma forte desvalorização nas moedas locais dos países.

Marcos Bravo, fundador da Beps Global, explicou que as criptomoedas oferecem novas possibilidades financeiras para milhões de pessoas na região, com diversos casos de uso.

Nesse sentido, as criptomoedas estáveis se posicionam como uma solução frente às problemáticas econômicas da região, oferecendo uma alternativa como ativo de reserva de valor e podendo ajudar a combater os altos níveis inflacionários nas economias latino-americanas locais.

Do ângulo político, podemos entender que vários países da região enfrentam grandes níveis de instabilidade política e políticas cambiais restritivas.

As criptomoedas estáveis podem oferecer uma solução ao permitir o envio de remessas sem depender de controles cambiais estatais, proporcionando altos níveis de autonomia ao deixar de lado a intervenção do estado nas operações financeiras realizadas entre particulares.

Por fim, do ponto de vista social, podemos entender que, graças ao avanço das novas tecnologias, é cada vez mais comum que as gerações mais jovens recorram ao uso de métodos de pagamento digitais, onde podemos ver que as criptomoedas estáveis são cada vez mais utilizadas como meio transacional, um claro exemplo é o uso de cartões integrados oferecidos por diversos intercâmbios cripto, que permitem realizar transações com USDT como meio de pagamento.

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