22/09/2023 às 14h44min - Atualizada em 22/09/2023 às 14h44min

BLOCOS ON CHAIN #13 - BLOCKCHAINRIO RECAP

Guta Nascimento

Guta Nascimento

Guta Nascimento é jornalista web3.

Guta Nascimento

Salve, gente!
 

Tudo fluindo por aí? 
 

Por aqui sigo reloading as informações após a Blockchainrio, onde pude rever tanta gente que admiro e atualizar como andam alguns dos mais interessantes projetos da Web3 BR. 
 

Infelizmente perdi meu voo no primeiro dia do evento e só consegui chegar ao Rio de Janeiro à noite, por isso perdi todos os painéis, incluindo o que eu participaria na trilha do Women in Ethereum. 
 

Nos outros dias queria muito destacar que adorei ouvir a Sandra Heck, co-founder e presidente do iCoLab, o Instituto de Colaboração em Blockchain, falar sobre blockchain na saúde. Conforme ouvi de Gustavo Paro nessa coluna aqui, o maior desafio do Prontuário Único (meu sonho enquanto cidadã) não é a tecnologia em si, e, sim, a governança. E é aí que todo mundo ressalta que o sonho trava. Temos que vencer isso porque os impactos positivos refletirão na saúde e cura dos pacientes.

 

Conversei com várias pessoas sobre a linha do tempo que separa a primeira Blockchainrio, em 2022, e a deste ano. O bear market mais extenso do que se esperava e o brutal cambiamento dos investimentos para a inteligência artificial a partir do lançamento do ChatGPT, em novembro de 2022, afetaram vários projetos. Mas é acalentador ver também que quem está conseguindo sobreviver a este período, está construindo coisas significativas. 

 

UM ANO DEPOIS…

 

Foi uma alegria reencontrar GeanCG e sua fantástica tropa 2050, do Santo Amaro, no RJ, e ver o trabalho do coletivo deles exposto no Rio Digital Arts Festival, na Blockchainrio.. Impressionante o que Gean, Ottis, ClickbyCria, Rxbisco, Velez, Anlu e toda a galera 2050 construiu no último ano, incluindo a Social Crypto Art, uma galeria de arte física e digital na favela. Nos dias da Blockchainrio eles estavam às vésperas das ações que fizeram no Faixa Preta -  festival onde em 2022 tinham apenas uma pequena tela com uma obra do coletivo -  e, em 2023, um ano depois, lá estavam eles com  grafites em VR, audiovisual e 3D, tudo by 2050. Muito legal também saber mais detalhes da ação que eles fizeram com a Kenner, para quem desenvolveram uma experiência de RA da coleção Pantera Negra, em conjunto com a Marvel. Fora as parcerias deles com Sesi Lab,  a Mostra MC Metaverso Brasil, a exposição no Museu do Amanhã. É simplesmente energizante conversar com eles e ouvir sobre tudo que estão construindo.

 

Outro projeto que foi muito auspicioso ver brilhar na Blockchainrio foi o Okan App. A plataforma é uma iniciativa da empresa Nossa Terra Firme junto com a Onepercent, que se conectaram justamente na Blockchainrio de 2022. Por isso foi muito legal e simbólico ver eles na edição deste ano lançarem a primeira solução em blockchain para aumentar a transparência e a confiabilidade do report ESG. A proposta deles é oferecer uma plataforma onde os dados ESG possam ser reportados de maneira definitiva na blockchain e estejam sujeitos a análises e auditorias independentes e descentralizadas. Segundo a Iara Vicente, fundadora e CEO da Nossa Terra Firme, “também vamos ofertar recursos de aprendizagem descentralizada e contínua para que as empresas possam cada vez mais se organizar para fazer ESG de maneira decolonial, que realmente gere impacto positivo”. Que venham bons cases!

 

Parabéns pra Mobiup por ter vencido o Digifi Buildathon. Liderada pelo Rodrigo Caggiano, que é co-fundador e diretor de produto, a Mobiup é uma das empresas mais interessantes de acompanharmos na web3BR. Até hoje acho demais o stand da It’s Ramp (um gateway de pagamentos deles) na Rio Web Summit ter sido visitado pelo caçador de startups e bilionário Tim Draper. Rs. 


O hackathon tinha como foco projetos de interoperabilidade com DREX. Durou dez dias e os projetos foram apresentados aos jurados presentes na Blockchainrio. A premiação era de nove mil reais no total, sendo cinco mil para o primeiro colocado e quatro mil para o segundo. O time da Mobiup ficou em primeiro lugar com o projeto da Mercado Barter, uma plataforma digital para o setor agrícola, que combina a tokenização do CPR (as Cédulas de Produto Rural) com a liberação de crédito para insumos agrícolas. Na prática, a plataforma quer ser um agregador de CPRs tokenizadas num processo simples. O agricultor disponibiliza sua CPR no Mercado Barter para que traders e instituições financeiras possam investir. As instituições podem comprar os tokens usando PIX/RD (o pix do real digital), registrando as operações na blockchain do DREX. 
 

O segundo lugar foi o projeto da Cred Chain, liderado pelo Wellington Moura. Consiste num birô de crédito-on-chain e multi-chain, onde dá para solicitar empréstimos a operadores de crédito no Brasil utilizando smart contracts via DREX com ativos colateralizados na Lachain e na Ethereum. Sobre a Lachain, ela é uma blockchain de primeira camada, que funciona como uma rede descentralizada. Foi construída na Polygon Supernet e tem na sua administração empresas de cripto latino-americanas (como Ripio, Foxbit, SenseiNode, Num Finance, Cedalio e Buenbit). 


Ainda sobre a Ripio, foi na fila do stand deles com open-bar (rs) que pude conversar com a galera da MEGADAO, uma das comunidades que mais admiro na Web3 BR. Em julho pude participar de várias das atividades que eles promovem no Discord e no Spaces e acho bárbaro o que eles estão construindo. Todos os dias há atividades de excelente conteúdo em diversas áreas como NFTs, games, airdrops, segurança, protocolos, e outras vertentes da web3. Uma promoção diária de informação num trabalho muito bem-sucedido de inclusão, formação e engajamento em web3. Foi muito legal conhecer pessoalmente o Lucas Zandoná, o Ciiig, e o Daniel Figueiredo, o Dollar, que na minha opinião é um dos melhores community managers brasileiro, atuando na MEGA, no Mercado Bitcoin e no Cursed Stone. 

 

Também adorei o side event da Ripio com o Rio Crypto Hub, no lindíssimo Parque das Ruínas, em Santa Teresa. Apesar da chuva torrencial, o evento bombou e pude trocar ideias com representantes de vários projetos, assim como saber mais sobre a evolução da participação brasileira no Hyperdrive, o super hackathon da Solana que está em andamento. 

 

Eventos são sempre uma ótima oportunidade também para encontrarmos os artistas brasileiros de web3. Muito bom falar ainda que rapidinho com GeanCG e Ottis, que estavam se dividindo em vários corres simultâneos do 2050. Ainda da galera do Santo Amaro, foi ótimo conversar pessoalmente pela primeira vez com o João, o ClickByCria (sou muito fã dos vídeos dele), e com o Anlu (com quem não tinha tido tempo de falar melhor no NFT Brasil, em junho, em SP).  Apesar de nunca ter perdoado Ottis e Fesq por não terem ido comigo na primeira Blockchainrio, na roda-gigante maravilhosa do Rio, num side event da NFTFY, e horas depois vê-los lá no alto com o Caio Vicentino (cheguei à conclusão que das duas uma: ou o Major é melhor que eu em convencer as pessoas, ou é melhor em embriagar os amigos kkkkk), é sempre uma alegria encontrar o Fesq, pra mim um dos maiores nomes da arte brasileira em 3-D . Fico abismada a cada trabalho dele, cada um mais lindo que o outro. Pude, então, dizer pra ele pessoalmente o quanto achei absurdamente maravilhosa a coleção The Distance in Between. E parece que não fui só eu porque a coleção  deu sold out em menos de uma hora e meia no lançamento na Prohibition (e que demais ver no Blockchainrio a parceria da Breakout com a Prohibition. Teve sorteio de NFTs e eu imagino a felicidade de quem ganhou!). 
 

Tive também o prazer de dividir um painel com Lea Arafah, a Blua Discórdia, no Palco Comunidades, que abrigou a trilha do Rio Digital Arts. Sempre excelente e necessário ouvir as reflexões e provocações da Lea, que é curadora e artista transdisciplinar, sobre a jornada da NFTRANS. O painel era sobre Diversidade e Empreendedorismo Cultural na Era do Metaverso, mediado pela curadora do Rio Digital Arts, a Ana Brites, e contou também com a participação da Mônica Pereira, CEO e Founder da Love4u Academy, e Lilli Kessler, artista e business woman, criadora do projeto NFTeta.
 

Na correria do evento, não consegui parar pra falar mais com outra artista fantástica, a Carol Cavenaghi, que também é pesquisadora de IAs e head da Aurora Brazil. 
 

Mas fiquei feliz de ter conseguido conversar com Becopro, artista carioca, e saber mais sobre a 2a edição do Rateio SP, uma residência da Funarte da qual ele está participando, em São Paulo, sob a mentoria de um mestre, o Ozi, um dos gigantes do início do graffiti em São Paulo. A meta do Becopro é que 80 artistas o “atropelem”, como se chama a ação de sobreposição de artes. Ele está criando artes para que outros artistas criem suas obras em cima das dele. Amei. 
 

Também uma alegria conhecer pessoalmente CH Monstro, o CH, artista da Baixada Fluminense, no RJ, expoente na cena do graffiti e dos NFTs no Rio. Monstro é parceiro de Honeyland, game que jogamos na comunidade MEGA (eu acho a Hive dele no game a coisa mais linda do mundo, até porque, né, gente, artista é artista, a minha é uma tosqueira sem fim, dá até vergonha mostrar. rs)
 

E no último dia bati um papo muito legal com o Marlus Araujo, artista que faz parte dos primórdios da web3 brasileira, fundador e diretor do Museu.XYZ. Foi sensacional ouvi-lo sobre os primeiros movimentos da cena de NFTs e metaversos no Brasil e as muitas histórias ainda por contar da geração Hic et Nunc. 

 

Ainda vou escrever bastante sobre tudo de interessante que obtive atualizações na BlockchainRio, mas não posso deixar de destacar já o quanto fiquei feliz de conhecer o Lucas Fernandes. Um talento. Entrem em luxca.xyz pra ver todos os projetos legais que ele, aos 20 anos, já fez. Meu preferido é o game chamado A Lenda de Yara, que ele criou no seu Space Cats Studio, sobre uma menininha indígena que defende a sua floresta. Lucas é professor de programação de jogos no Futuro On, projeto de impacto social em São Gonçalo, e também atua como game dev no Cursed Stone. O Futuro On é um projeto daqueles que a gente tem orgulho de apresentar. Eles desenvolvem jovens na área de tecnologia, dando a eles acesso à formação, englobando inovação, games e web3. Tive o prazer de mediar o painel Web3 e Impacto Social, que contou com a CEO do Futuro On, a Thais Santana, que falou sobre projetos que já estão sendo pensados pelos jovens que participam, incluindo um que discute a questão do não recolhimento de lixo. Também fizeram parte deste painel, o  Luciano Vassan, CEO do BrasilNFT e Alessandra Caldeira, Gerente de Operações e Parcerias da Plataforma Impact, quem adorei conhecer e saber mais sobre como fazer parcerias com eles. Vários jovens da Plataforma Impact estavam presentes e foi demais conhecê-los e saber como o projeto impacta - de verdade - suas vidas. 

 

E também não tem como não terminar essa coluna parabenizando demais o time da Trexx, que, simplesmente, arrasou no hackathon da Ethereum em Cingapura. Não só levaram o primeiro lugar na categoria de bem público de impacto social, como despertaram curiosidade e elogio de Vitalik Buterin em pessoa. Um orgulho enorme ver uma startup brasileira vencer uma premiação dessas. O protocolo desenvolvido por Sabrina Olivo, Helô Passos e Vinícius Chagas, faz um rastreamento de informações de gamers registradas na blockchain e os dados são utilizados numa espécie de perfil histórico que serve para análise de risco na concessão de crédito. 
 

Foi sensacional ver a imagem do Vitalik Buterin conversando com o time. Dá pra ver aqui nessa reportagem do Valor Econômico. E que orgulho ver duas mulheres nesse timaço. Sabrina Olivo se transformou em uma importante referência feminina em hackathons. Eu acho sempre incrível e nas minhas palestras recentes sempre a cito, junto com Carol Santos, da Educar, como exemplo de que não apenas desenvolvedores podem - e devem-  participar de eventos como estes. E como devemos ter mais mulheres participando de hackathons. Gosto muito sempre de ouvir a Sabrina falando da sua formação na área de humanas, sem imaginar que um dia disputaria e venceria premiações em eventos de tecnologia. Esta foi a oitava vitória dela consecutiva em competições em blockchain, no último ano e meio. Que máximo!
 

Parabéns, Sabrina e Helô por serem tão fantásticas e inspirarem tantas outras mulheres.
 

Que venham mais vitórias!

 

Guta Nascimento é jornalista especializada em tecnologias emergentes e trabalha com onboarding por meio de palestras, lives, aulas, talks e painéis. Para saber mais, leia Web3 Para Todos.

 

Podcasts: DCLBRASIL #16 (coordenadas -107, -94 no Decentraland)

Filoversando #05, Blockaffee #39, Ela por Elas,  Metacast #49 e Cryptalk Caxt#11

Lives: NFT não é uma figurinha e Construindo no Upland

 

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