O Banco Central do Brasil anunciou hoje que os treze projetos selecionados para a segunda fase do Piloto Drex iniciarão seus testes já no próximo mês de outubro. Esta fase marca um avanço significativo na implementação do programa, que visa explorar e desenvolver novas tecnologias financeiras, incluindo o real digital.
Segundo informações divulgadas pelo BC, os projetos abrangem uma variedade de casos de uso, desde a cessão de recebíveis até transações com ativos do agronegócio e crédito colateralizado em títulos públicos. A iniciativa busca não apenas modernizar o sistema financeiro nacional, mas também promover maior eficiência e acessibilidade para empresas e consumidores.
"Estamos trabalhando em estreita colaboração com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e outros reguladores para garantir que todos os aspectos regulatórios sejam adequadamente endereçados durante os testes", destacou Fabio Araújo, Coordenador da Iniciativa do Drex no Banco Central.
Araújo também enfatizou que o desenvolvimento dos projetos começará nas próximas semanas, proporcionando um ambiente específico para reguladores e participantes discutirem estratégias de implementação e governança dos novos serviços. Atualmente, o Piloto Drex conta com a participação de dezesseis consórcios e empresas, todos dedicados ao teste e desenvolvimento dos recursos necessários para a plataforma.
Além dos treze novos casos de uso, o BC continuará recebendo propostas de outras entidades interessadas em participar do programa ao longo deste ano. Os participantes selecionados terão até o primeiro semestre de 2025 para testar a implementação de contratos inteligentes, marcando uma fase crucial na evolução do sistema financeiro brasileiro.
Cessão de Recebível (ABC e Inter): Utilização da Distributed Ledger Technology (DLT) para facilitar a movimentação de recebíveis de cartão de crédito, beneficiando pequenas empresas com acesso simplificado ao crédito.
Crédito Colateralizado em CDB (BB, Bradesco e Itaú): Uso de Certificados de Depósito Bancário (CDBs) como garantia em operações de capital de giro, reduzindo custos de empréstimos para empresas.
Crédito Colateralizado em Títulos Públicos (ABBC, ABC e MB): Popularização do uso de títulos públicos como garantia para empréstimos, possibilitando reduções significativas nos custos de operações de crédito.
Financiamento de Operações de Comércio Internacional (Inter): Facilitação do pagamento fracionado de mercadorias, como commodities agrícolas, através de uma plataforma programável com tokenização de documentos de embarque.
Otimização do Mercado de Câmbio (XP-Visa e NuBank): Melhoria na eficiência e transparência do mercado de câmbio, com a possibilidade de negociação contínua e tokenização de contratos para garantir segurança nas transações.
Pool de Liquidez para Negociação de Títulos Públicos (ABC, Inter e MB): Infraestrutura descentralizada para compra e venda de títulos públicos federais, operada por contratos inteligentes para facilitar o investimento público.
Transações com Cédula de Crédito Bancário (CCB) (ABBC): Ampliação do acesso a financiamentos imobiliários com melhores condições de pagamento.
Transações com Debêntures (B3, BTG e Santander): Simplificação e automação da negociação de debêntures, promovendo maior liquidez e acessibilidade para investidores e empresas.
Transações com Ativos do Agronegócio (TecBan, MB e XP-Visa): Melhoria nos mecanismos de negociação de créditos de descarbonização (CBIO), apoiando o financiamento sustentável do agronegócio.
Transações com Automóveis (B3, BV e Santander): Facilitação na transferência de propriedade de veículos através de plataformas digitais, reduzindo riscos e custos operacionais.
Transações com Imóveis (BB, Caixa e SFCoop): Simplificação e segurança nas transações imobiliárias através da tecnologia de Registro Distribuído (DLT).
Transações com Ativos em Redes Públicas (MB): Conexão da plataforma Drex a redes públicas de ativos digitais, explorando novos modelos de negócios e oportunidades de mercado.
Com o início dos testes programado para outubro, espera-se que os resultados dos projetos contribuam significativamente para a evolução do sistema financeiro brasileiro, promovendo maior inclusão e eficiência no uso das tecnologias digitais.