06/07/2023 às 13h26min - Atualizada em 06/07/2023 às 13h26min

BLOCOS ON CHAIN #09 - MULHERES & CRIPTO

Guta Nascimento

Guta Nascimento

Guta Nascimento é jornalista web3.

Salve, gente!
 

Todo mundo já recuperado do intenso mês de junho em que São Paulo lacrou com NFT Brasil + BlockchainSP + Febraban Tech?

Haja bateria social. 
 

E julho? Modo férias ou nem tanto?
 

Dia 15 tem POA Crypto Day!

 

Mas antes de entrarmos no caleidoscópio do segundo semestre, queria falar da pesquisa divulgada pela Bitso Brasil, no último dia 30, sobre Mulheres & Cripto. O estudo é interessantíssimo. Foi feito com 2.651 pessoas no Brasil, conduzido pela Blocknews, da Claudia Mancini, e pelo Cantarino Brasileiro. E mostra, sobretudo, que, apesar dos homens serem a maior parte dos investidores em criptomoedas, as mulheres vão ter um papel vital no futuro do mercado cripto. 

 

Cripto, é sempre importante lembrar, é uma indústria resultante de dois setores ainda liderados em uma absurda maioria por homens: tecnologia e mercado financeiro. Ambos, com predominância masculina tanto do ponto de vista laboral quanto do ponto de vista de usuários. Por isso, os números que vamos ver a partir de agora são extremamente relevantes e podem ser comemorados por quem atua em prol, deseja e celebra o objetivo da equidade. 

 

PANORAMA

 

Dados da Receita Federal mostram que nos três primeiros meses de 2023, 28,4% a mais de mulheres investiram em cripto em relação ao ano anterior.

Mesmo com o inverno cripto. Aliás, de modo geral, vale dizer que o inverno cripto aqui nos trópicos está até que aquecido. Segundo a Receita, só em março deste ano, 1,6 milhão de brasileiros e 61,34 mil empresas movimentaram cripto. 

 

E os dados da pesquisa da Bitso mostram que:

 
  • A maioria (58%) das pessoas que nunca tiveram cripto mas dizem ter interesse em ter, são mulheres.
  • 45% das mulheres ouvidas querem comprar mais cripto nos próximos 12 meses (em relação a 39% dos homens).
  • Ainda sobre o inverno cripto, 41% das mulheres compraram mais cripto nesse período do que apenas 28% dos homens ouvidos. 
 

E três pontos muito curiosos:

 
  • No quesito diversificação de uso, apenas 13% das mulheres disseram que usam cripto para especular. A grande maioria pensa em cripto como investimento, meio de pagamento e transações internacionais. 
  • 71% das mulheres ouvidas têm mais de 3% dos seus investimentos em cripto. Ou seja, aplicam uma parcela maior do seu total de investimento em criptomoedas. 
  • E em relação à regulação, a maioria das mulheres (69%) consideram a lei um incentivo. Acreditam que a regulação vai incentivar mais negociações. E 63% (ante 48% dos homens), estão dispostas a operar cripto com instituições financeiras. 
 

A pesquisa foi apresentada num brunch para mulheres, em São Paulo, por duas executivas da Bitso: Analía Cervini, VP de Comunicação, e Karen Duque, Head de Políticas Públicas. A Bitso nasceu no México, em 2014, e hoje é a maior empresa LATAM de serviços financeiros baseados em cripto. Opera no México, no Brasil, na Argentina e na Colômbia. No início comercializava apenas bitcoin. Algumas semanas atrás chegou ao marco de 50 moedas. Aqui no Brasil, atua sob licença de IP, sendo uma instituição de pagamento e tem como parceiro de rampa o BTG. 

 

Karen Duque -  que é uma das poucas mulheres que lideram políticas públicas em empresas de tecnologia no Brasil (tendo trabalhado também na 99 e no Google) - comemora o fato que o mercado financeiro terá maior presença feminina, o que reflete os números da nossa sociedade. Durante a apresentação, ela, que também lidera o setor da Bitso na  Colômbia,

compartilhou alguns estágios da regulação nos outros países onde a empresa atua. O México, por conta de um mercado interno extremamente desenvolvido em remessas para o exterior, talvez esteja no campo mais específico. A Lei Fintech 2.0 mexicana, de 2018, permitiu que as fintechs lá operem como instituições de fundos de pagamentos eletrônicos - onde entraram as carteiras digitais - ou instituições de financiamento coletivo. Há casos emblemáticos de produtores de café desbancarizados que recebem pagamento em criptomoedas. 
 

Já a Colômbia teve o seu PL cripto arquivado e vai ter que recomeçar do zero. Uma pena. Porque lá discute-se a segregação patrimonial, que é imprescindível para que a gente tenha maior confiança nas instituições. Sem ela, fica difícil. 

A Argentina precisa apontar ainda quem vai ser o regulador. 
 

Tem um PL em andamento pra decidir isso. Lá, a grande discussão é a prova de solvência. O que de certa forma envolve a segregação patrimonial, já que ao precisar provar a custódia - envolvendo provas de reserva e de responsabilidade - acaba se discutindo a segregação. Alvíssaras.

 

Para Analía Cervini, executiva nascida no Uruguai, de todos os países latinos onde a Bitso atua, o Brasil é o que tem em sua sociedade a pauta de diversidade e inclusão mais avançada. E talvez isso reflita em alguns números da pesquisa. 

 

E como sabemos que representatividade importa, ficam aqui congratulações à equipe feminina da Bitso. No lançamento da pesquisa, além de Karen e Analía, estavam presentes, Chris Cardoso, Head de Comunicação BR, que após 25 anos na Comunicação da IBM, fez uma interessante transição de carreira para a web3; e Milena Marques, Head de Operações e Business Continuity, que vem a ser basicamente garantir que as coisas funcionem, ou seja, a área crucial de qualquer empresa. Um timaço. 

 

Pra terminar, vale ressaltar algo que Analía Cervini apontou. A pesquisa indica que as mulheres brasileiras estão demonstrando maior entendimento sobre a dinâmica de rentabilidade e os ciclos de alta e baixa do mercado. 

Ou seja, se em pleno inverno cripto, os números são esses, imaginemos num bull market o quanto o número de mulheres investidoras poderá - e com certeza irá - aumentar exponencialmente. 

 

Vai ser sensacional!
 

Afinal, girls just wanna have fun… and tokens!
 

Beijos, até a próxima.

Guta 

 

Guta Nascimento é jornalista especializada em web3 e trabalha com onboarding por meio de palestras, lives, aulas, talks e painéis. Para saber mais, leia Web3 Para Todos.

 

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