O ex-presidente-executivo da FTX, Sam Bankman-Fried, que enfrenta acusações de fraude sobre o colapso da falida exchange de criptomoedas
Um juiz de falências dos Estados Unidos está considerando em uma audiência judicial, nesta segunda-feira (6), em Delaware, nordeste dos EUA, se deve dar luz verde a uma investigação supervisionada pelo tribunal sobre o colapso da FTX, um curso de ação que a exchange se opôs como redundante e perdulário.
O órgão de fiscalização de falências do Departamento de Justiça dos EUA pediu ao juiz de falências dos EUA John Dorsey, que está supervisionando o Capítulo 11 da FTX, que nomeie um examinador independente para investigar alegações de "fraude, desonestidade, incompetência, má conduta e má gestão" que são "importantes demais para serem deixadas para uma investigação interna".
Juliet Sarkessian, advogada do administrador dos EUA, disse que tal investigação é obrigatória sob a lei federal em todos os grandes casos de falência em que o DOJ solicita uma.
A FTX disse que um examinador apenas duplicaria o trabalho que já está sendo feito pela FTX, seus credores e agências de aplicação da lei.
O advogado da FTX, James Bromley, disse a Dorsey que uma investigação não é apropriada, e permitir que novos investigadores acessem seus sistemas poderia comprometer a segurança cibernética da investigação em andamento da FTX.
A FTX reconheceu que sua conduta passada levantou questões sobre fraude e má gestão, mas disse que outra camada de revisão só aumentaria o custo e o atraso no esforço da empresa para reembolsar os clientes em falência.
A FTX, que já esteve entre as principais exchanges de criptomoedas do mundo, abalou o setor em novembro ao pedir falência, deixando cerca de 9 milhões de clientes e investidores enfrentando perdas na casa dos bilhões de dólares.
O fundador da FTX, Sam Bankman-Fried, que foi acusado de roubar bilhões de dólares de clientes da FTX para pagar dívidas incorridas por seu fundo de hedge Alameda Research, se declarou inocente de acusações de fraude. Ele deve ser julgado em outubro. Vários ex-altos executivos, incluindo a CEO da Alameda Research, Caroline Ellison, se declararam culpados de fraude.
O novo CEO da FTX, John Ray, que trabalhou com examinadores nomeados pelo tribunal enquanto liderava a Enron Corp e a Residential Capital através da falência, disse que os examinadores nesses dois casos custaram um total combinado de US $ 150 milhões e forneceram benefícios "mínimos" aos credores, de acordo com documentos judiciais.
O comitê oficial de credores da FTX ficou do lado da FTX, dizendo que a investigação proposta é redundante. Reguladores estaduais de valores mobiliários no Texas, Vermont e Wisconsin apoiaram a oferta do Departamento de Justiça, dizendo que um relatório neutro beneficiaria credores e clientes.
O ex-presidente-executivo da FTX, Sam Bankman-Fried, que enfrenta acusações de fraude sobre o colapso da falida exchange de criptomoedas
