À medida que a tecnologia blockchain avança e se entrelaça ao nosso dia a dia, os NFTs se destacam como uma das ferramentas dessa nova era. Para além do significado técnico da sigla que resume “Non-Fungible Tokens”, suas aplicações variadas se estendem para lá da mera colecionabilidade, alcançando diferentes mercados.
No âmbito dos eventos, os NFTs se tornaram passaportes digitais com benefícios exclusivos. Um exemplo marcante foi a despedida dos palcos do cantor brasileiro Milton Nascimento, cujos ingressos de sua última turnê foram vendidos em NFTs. Cada um dos ingressos continha uma cópia digital de um desenho feito pelo próprio cantor que estampou o álbum "Geraes" de 1976.
Não apenas um luxo, mas também uma revolução na maneira de experienciar eventos, os NFTs representam uma garantia de autenticidade e exclusividade que o bilhete de papel não poderia oferecer. Espera-se que, em breve, possamos negociar esses ingressos entre indivíduos de forma independente, beneficiando todos os envolvidos na cadeia de consumo também pelo mercado secundário. Isso poderia representar um golpe significativo contra práticas como o cambismo, por exemplo.
Na indústria dos games, onde o Brasil se destaca pelo alto consumo de NFTs, esses ativos proporcionam aos jogadores uma propriedade verificável e segurança nas transações dentro dos universos virtuais. Comumente, eles se materializam como itens raros ou habilidades exclusivas, transformando o investimento em uma parte tangível da experiência de jogo.
Igualmente nesse mercado há a expectativa de que, no futuro próximo, seja possível transferir ativos digitais entre jogos, graças ao avanço da interoperabilidade entre blockchains, que já vem acontecendo em algumas esferas do mercado.
Esta conexão entre blockchains distintas influenciará igualmente nas transações de NFTs nos Metaversos, onde a aquisição de propriedades digitais também é uma prática já consolidada. Destaco aqui um exemplo de grande impacto: em novembro de 2021, um barco virtual chamado Megaflower Super Mega Yacht foi vendido no metaverso The Sandbox por 149 ether, que na época correspondia a aproximadamente 650.000 dólares (3,65 milhões de reais).
Indo além do valor investido nessa transação, é imperativo reconhecer a existência e solidez deste mercado, onde bens virtuais podem alcançar valores astronômicos, semelhantes ou até superiores aos de seus equivalentes no mundo físico, evidenciando um mercado que valoriza tanto o tangível quanto o intangível com a mesma intensidade.
No que diz respeito à construção de comunidade, um tema recorrente no universo web3, exemplos como Cryptorastas e Nouns ilustram como os NFTs podem construir e gerenciar grupos de pessoas com interesses comuns, muitas vezes gerando valor e fomentando uma governança descentralizada.
Essas comunidades não só proporcionam benefícios aos seus “holders” (detentores de uma NFT de determinada coleção), mas também lhes concedem poder de decisão sobre a alocação dos recursos financeiros do coletivo.
Em resumo, os NFTs são a ponte para uma nova dimensão de interações digitais. Eles oferecem uma infinidade de usos provando ser uma tecnologia polivalente que ainda tem muito a ser explorada. E você, já comprou seu primeiro NFT?