30/11/2022 às 18h19min - Atualizada em 30/11/2022 às 18h19min

Inteligência artificial: a arte do futuro ou o fim da criatividade humana?

Houve um tempo em que o homem enfrentou o universo sozinho e sem amigos. Agora ele tem criaturas para ajudá-lo; criaturas mais fortes que ele próprio, mais fiéis, mais úteis e totalmente devotadas a ele. A humanidade não está mais sozinha.

Isaac Asimov, conhecido por ser o pai da ficção científica, já flertava na década de 40 com ideias e conceitos de tecnologia que viriam a ser conhecidos e aplicados mais de 5 décadas depois de sua série mais memorável: A Fundação. Nesta obra, vemos a decadência da humanidade, a solução proposta por um matemático-psicólogo que fazia um paralelo a queda romana no atual momento do Império e como nem mesmo os cálculos são capazes de prever o fator mais instável da fórmula: o fator humano.

Já em Eu, Robô, obra da década de 50, enxergamos a evolução dos automatas ao redor do tempo, começando por um robô-babá que não fala até o último conto; em que uma figura central (talvez um robô) administra a terra com o auxílio de 4 grandes máquinas ditando o caminho para produção, consumo e emprego de mão-de-obra.

E o que a Inteligência Artificial tem a ver com tudo isso, principalmente quando aplicamos a última grande trend das redes sociais: a arte gerada por máquinas? Quando falamos em arte, já esbarramos no primeiro aspecto ético e filosófico: o que é a arte? Categorizar por definição seria ir no viês de técnica e habilidade em sentido a manifestação da comunicação humana, mas pessoalmente, acredito mais no aspecto da manifestação e na comunicação do que nos dois outros conceitos e explico. Habilidade é algo inerente a alguns seres, técnicas aprimoramos.  Logo a manifestação vai se modificando ao longo do tempo, conforme vivemos novas experiências, desenvolvemos percepções e transformamos as aplicações das mesmas. E se podemos aplicar essa jornada no caminho individual e coletivo do ser humano, porque não podemos aplicar a mesma em uma inteligência artificial, visto que o conceito da mesma é realizar tarefas associadas a seres inteligentes que seriam complexas mas também automatizar o processo através do insumo de novas informações? É o processo do aprimoramento continuo.

A problemática que se encontra nessa entrelinha é quem será o dono de quem no futuro. Se hoje a inteligência artificial usa dos milhares de artistas que existem e que existiram para criar suas “obras”, em algum momento teremos uma crise estética em que artes que não estejam dentro do padrão dessa IA e feitas por mãos humanas, não serão consumidas pela sociedade? Teremos uma crise similar mais de proporções potencializadas como houve com o início da arte digital? E volto a perguntar: o que é arte?

A inteligência artificial com certeza trará acesso às pessoas. Já ouvi várias vezes de diversas pessoas: tenho a ideia mas não sei colocar no papel. Talvez a IA vá ser a ferramenta do “colocar no papel”, talvez a IA posso fazer parte do processo criativo de artistas auxiliando em linhas referênciais mas com o fator humano por trás, talvez seja só um hype e daqui 5 anos coloquemos esse conceito dentro do “uncanny valley”, ou vale da estranheza, o aspecto artístico que não nos causa conexão emocional e nos afasta gerando repulsa.

A discussão que fica, principalmente dentro de comunidades sejam web3.0 ou não, é quando e se vamos normatizar o processo de criação através da inteligência artificial, se houver a normatização, teremos restrições ou simplesmente vamos colocar no vale de avanços tecnológicos que não deram certo pela não adoção da sociedade?
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