28/06/2023 às 16h28min - Atualizada em 28/06/2023 às 16h28min

Principais bancos públicos brasileiros, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil desabam em transações bancárias

Em 5 anos, instituições bancárias tradicionais têm queda de 57,09% em transferências feitas pela fintech Transfeera



Os últimos anos foram decisivos para a evolução dos meios de pagamento no Brasil, o avanço da tecnologia no setor impulsionou inúmeras mudanças. Algumas limitações como horário e lugar deixaram de existir e isso multiplicou as possibilidades de fazer o dinheiro circular, para além do papel moeda. 

Levantamento realizado pela Transfeera —  que oferece infraestrutura de pagamentos para empresas —  mostra que os bancos tradicionais têm perdido espaço frente aos bancos digitais. As informações pertencem à base de dados da companhia e são referentes a pagamentos e validações de micro depósito realizadas com sucesso entre dezembro de 2017 e dezembro de 2022.

O estudo analisou um montante de 29.680.808 transferências bancárias, realizadas entre abril de 2017 e dezembro de 2022. Do total, 23.601.587 foram para pessoas físicas, 6.079.221 e para jurídicas.

Até dezembro de 2017, 99,80% dos pagamentos realizados por meio da Transfeera se concentravam nos cinco maiores bancos brasileiros: Banco do Brasil, Caixa Econômica, Itaú, Bradesco e Santander. Já em dezembro de 2022, 42,71% dos pagamentos tinham como destino os cinco maiores bancos — uma queda de 57,09% em cinco anos, considerando pessoas físicas e jurídicas.

A queda dos bancos tradicionais é um contraponto ao crescimento do Nubank. O banco digital começou a aparecer na base de dados da Transfeera em abril de 2019, totalizando 1,01% das transações. Em dezembro de 2022, já representava 26,66%.
 

“Na linha de competição que o BCB vem provocando nos últimos anos, a gente saí de um histórico de concentração e um sistema legado de muitas décadas para um sistema mais dinâmico, Desde 2013, com a criação das Instituições de pagamentos, vemos as lacunas deixadas pelas grandes instituições sendo preenchidas por soluções majoritariamente digitais. A realidade de hoje no mercado é a de pluralidade de soluções e a verticalização focando em nichos e públicos que eram desatendidos. Agora, o cliente, seja ele empresa ou pessoa, tem larga quantidade de opções para escolher dentro daquilo que melhor se adequa às suas necessidades. Esse mercado em total ebulição é um mar gigante para competição e cooperação entre as diferentes instituições e agentes”, comenta Fernando Nunes, CEO e cofundador da Transfeera.

 
Comparação do Market Share para Pessoas Físicas e Jurídicas
 
Na análise separando pessoas físicas e jurídicas esses números comprovam a crescente preferência por bancos digitais que buscam inovar de forma constante.
 
Destaca-se o fato de que, no quesito de transferências para pessoas jurídicas, Itaú e Santander se mantiveram estáveis em suas respectivas parcelas de mercado. Enquanto isso, os outros três grandes bancos sofreram quedas significativas como Caixa Econômica Federal (-20,39%), Bradesco (-16,28%) e Banco do Brasil (-16,19%). Individualmente, Nubank e Itaú concentram o maior volume de transações.
 
Considerando apenas transações feitas para pessoas físicas, os grandes bancos caíram 57,5% em cinco anos, entre 2017 e 2022. Em contrapartida, o Nubank, que entrou na base da empresa somente em 2019, passou a dominar quase um terço das transações em dezembro de 2022.
 
Seguindo essa comparação, porém agora no cenário do sistema de pagamento instantâneo, o PIX, a partir de abril de 2021, com a possibilidade de cobranças oferecendo QR codes pela Transfeera para pessoas físicas, o Nubank se destacou com 27% em recebimentos de pessoa física por banco. No quadro de recebimento de pessoa jurídica por banco, em maio de 2021, 100% das operações eram dominadas pelo Santander, porém em dezembro de 2022, PagSeguro (12,93%) e Nubank (12,09%) lideram, apesar de a operação estar bem distribuída entre diferentes players.
 

"Comparando os dados da Transfeera com os dados do Banco Central, percebemos a profundidade que o Pix atinge nas transações entre pessoas físicas, o que, ainda, não se repete quando falamos de transações de pessoas para empresas ou de empresas para pessoas. As agendas evolutivas do Pix e do Open Finance devem contribuir para uma nova onda de crescimento dos pagamentos instantâneos, entretanto, os entes do mercado também precisam fazer a sua parte propondo inovações para esse arranjo. A experiência do usuário com Pix é um ponto que precisa de muitas melhorias, realizar um pagamento usando um cartão com aproximação é muito mais simples do que fazer um Pix. Além de experiência, estamos falando de segurança, velocidade e um fluxo de caixa em tempo real, sem necessidade de pagar taxas relevantes para antecipação ou ter de esperar dias para poder receber o dinheiro do seu intermediador", explica Nunes.

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