19/07/2024 às 09h30min - Atualizada em 19/07/2024 às 09h30min

Apagão tecnológico global afeta milhões e expõe fragilidade digital

Uma falha no Windows interrompe voos, bancos e hospitais, revelando a vulnerabilidade de infraestruturas essenciais

Um apagão tecnológico global sem precedentes ocorreu nesta sexta-feira (19.jul.2024), afetando milhões de pessoas ao redor do mundo. Serviços essenciais como voos, sistemas bancários, e hospitais foram interrompidos. O Coordenador Nacional de Segurança Cibernética da Austrália informou que o problema foi causado por “uma plataforma de software de terceiros”. O governo do país também se reuniu para entender a situação. Segundo informações de agências internacionais, o problema aconteceu devido a uma atualização na plataforma Falcon, da Crowdstrike, que faz a segurança de vários sistemas importantes no mundo, entre eles a Microsoft. A causa foi identificada pela CrowdStrike como uma atualização defeituosa no Microsoft Windows, não um ataque cibernético.

Nos Estados Unidos, Europa, e Ásia, aeroportos enfrentaram caos. Na Austrália, meios de comunicação ficaram inoperantes por horas. Bancos na África do Sul e Nova Zelândia sofreram com falhas nos sistemas de pagamento. James Bore, especialista britânico em cibersegurança com mais de 20 anos de experiência e diretor administrativo do Bores Group, uma consultoria especializada em proteger empresas contra ameaças digitais, destacou a vulnerabilidade da infraestrutura de internet. 

 

"Muitos sistemas essenciais, incluindo serviços de emergência, estão interligados. Haverá um aumento no número de mortes, incluindo aquelas que poderiam ser evitadas. Não estamos falando de milhões, mas as consequências serão sérias e prejudicarão muitas pessoas. E isso sem considerar os impactos financeiros, que, embora importantes, são secundários. Os danos serão significativos", disse James Bore.


No Reino Unido, o NHS, sistema de saúde pública financiado pelo governo britânico, enfrentou dificuldades no agendamento e registro de pacientes. Hospitais no norte da Alemanha cancelaram cirurgias eletivas. Em Israel, hospitais e correios foram afetados. Na África do Sul, grandes bancos enfrentaram falhas nos serviços de pagamento. A situação nos aeroportos foi crítica, com a KLM, uma das mais antigas companhias aéreas em operação contínua no mundo, suspendendo a maioria de suas operações.

Governos e autoridades globais mobilizaram-se para mitigar os impactos. David Seymour, primeiro-ministro interino da Nova Zelândia, declarou que estavam "se movendo em ritmo acelerado para entender os impactos potenciais". No Brasil, a intermitência no sistema de check-in forçou algumas companhias aéreas a procederem manualmente, gerando atrasos e cancelamentos.

O CEO da Crowdstrike, George Kurz, informou que o problema foi causado por um "defeito na atualização de conteúdo". A empresa, especializada em segurança cibernética e inteligência de ameaças, protege serviços essenciais como bancos, hospitais, companhias aéreas e emissoras de TV, o que explica o impacto significativo da pane.

 

"O CrowdStrike está trabalhando ativamente com clientes afetados por um defeito encontrado em uma única atualização de conteúdo para hosts do Windows. Os hosts Mac e Linux não são afetados. Este não é um incidente de segurança ou ataque cibernético. O problema foi identificado, isolado e uma correção foi implantada. Encaminhamos os clientes para o portal de suporte para obter as atualizações mais recentes e continuaremos a fornecer atualizações completas e contínuas em nosso site. Além disso, recomendamos que as organizações se comuniquem com os representantes do CrowdStrike por meio de canais oficiais. Nossa equipe está totalmente mobilizada para garantir a segurança e estabilidade dos clientes CrowdStrike", revelou George Kurz.


Desde o início do apagão, companhias aéreas dos Estados Unidos, Alemanha, Espanha e China cancelaram voos, e no Reino Unido, viagens de trem foram interrompidas, causando caos nas estações. Hospitais, emissoras de TV e serviços de emergência também foram afetados globalmente.

As ações da Crowdstrike registraram uma queda de 15% na bolsa de valores. Fundada em 2011, a empresa é conhecida por sua plataforma de segurança, Crowdstrike Falcon, que monitora computadores e detecta invasões, tendo participado de investigações de alto perfil como o ataque à Sony Pictures em 2014 e o vazamento de e-mails do comitê americano em 2016.

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