O Brasil caiu três posições no Global Soft Power Index de 2023, ranking que mede a influência global dos países com base em vários atributos, como cultura, política, economia e diplomacia. O país agora ocupa a 31ª posição, após ter ficado na 28ª colocação no ano anterior e fica de fora da lista dos 30 melhores países.
Apesar de ter perdido posições, o Brasil ainda é o líder da América Latina em soft power. Mesmo marcando 2,4 pontos a mais do que em 2022, o Brasil deixou de integrar o grupo dos 30 países que mais influenciam os demais sem uso de armas ou poder econômico, que é o conceito de soft power. No entanto, a instabilidade política, a crise sanitária e a imagem ambiental negativa do país são alguns dos desafios que contribuíram para a queda na classificação.
Para Fábio Pizzamiglio, diretor da Efficienza, empresa especializada no comércio exterior, a perda de posições no ranking de soft power pode ter impactos significativos no comércio exterior brasileiro. "Um país com uma boa reputação internacional pode atrair mais investimentos estrangeiros, turistas e parceiros comerciais. Além disso, um país com boas relações diplomáticas pode negociar acordos comerciais mais favoráveis e evitar conflitos", afirmou.
Entre os 35 atributos, o Brasil lidera em Esportes e Diversão, mas aparece mal colocado aos olhos do mundo em aspectos importantes como diplomacia e comércio exterior, incluindo governança, padrões éticos, corrupção, estabilidade política e segurança.
Além disso, o executivo ressalta que a imagem do Brasil no exterior também é importante para a negociação de acordos comerciais.
"Um país que é visto como confiável e respeitado internacionalmente tem mais chances de obter acordos comerciais vantajosos para a sua economia", afirmou. Pizzamiglio também aponta que o índice deste ano pode mudar, principalmente com as mudanças na política exterior do país.
A queda do Brasil no ranking de soft power pode ser um obstáculo para o país na atração de investimentos e na negociação de acordos comerciais favoráveis. Para superar esses desafios, é necessário que o país trabalhe na melhoria da sua imagem internacional, fortalecendo a diplomacia, a cultura e a sustentabilidade.
Segundo Pizzamiglio, "o governo, as empresas e a sociedade civil devem trabalhar juntos para superar os desafios que o país enfrenta e melhorar a reputação do Brasil no cenário internacional". Dessa forma, o país poderá fortalecer o seu soft power e se posicionar como um ator importante no comércio internacional.
Na América Latina, o país mais forte em soft power depois do Brasil é a Argentina, em 42º lugar.
Depois aparecem México (44º), Chile (54º) Colômbia (58º), Cuba (66º), Paraguai (75º), Peru (76º), Bolívia (82º), Equador (90º), Honduras (104º), Venezuela (106º) e Guatemala (120)º, penúltimo lugar na lista.