Na última semana de novembro, aconteceu um dos eventos mais importantes a nível de discussões de equidade de gênero, liderança e economia, o Women´s Forum Global. Iniciado em 2005, com o foco de trazer as vozes femininas para dentro da economia e sociedade, a edição de 2022 aconteceu na cidade de Paris, com altas lideranças em negócios, agentes reguladores e de transformação que fazem parte de setores da economia global.
De acordo com pesquisa realizada pelo Forum, 56% das mulheres consideram que tem menos oportunidades de levantar fundos para os seus negócios quando comparadas a fundadores homens, na Europa por exemplo, em 2021 apenas 1,1% de capital de risco em fundos foi direcionado para equipes de mulheres, o que acaba sendo um reflexo de quem analisa e aprova projetos, visto que mulheres empreendedoras não faltam em toda a economia global: dados mostram que aproximadamente 224 milhões de mulheres são donas do próprio negócio.
Heloisa Passos, CEO do estúdio de blockchain games Trexx e fundadora do projeto NAVE, esteve no evento representando a EVE, a maior DAO fundada por mulheres na américa latina, junto a Ana Laura Magalhães, Economista, co-fundadora da EVE e fundadora da ONG Humanas.
“Ambos os projetos carregam um propósito similar de construção: o emponderamento feminino, na EVE a arte como representatividade para desmitificar um conceito artístico geral extremamente sexualizado e no onboarding de mulheres investidoras dentro da web3.” Comenta Ana Laura. E ela complementa “A Humana vem com o emponderamento através do viés de autonomia intelecutal, psicológica e financeira com ações para auxiliar mulheres em situação de vulnerabilidade. A ONG tem um papel de fomentar iniciativas públicas no Brasil, com movimentos de impacto através do relacionamento com a esfera pública."
E a arte foi um dos assuntos comentados dentro do Fórum, o painel “When art calls for social change” com as referências de mercado da Liza Ambrossio artista mexicana, Pauline Avenel da L’oreal, Giulia Clara da Unesco, Isabelle Simeoni escritora e Karen Yehezkeli diretora artística, fizeram o paralelo que a arte possa ser uma das principais ferramentas de oportunidades para realidades de pessoas carentes e em situação de vulnerabilidade social. De acordo com as painelistas, a arte é uma linguagem universal que conecta diferentes culturas, idades e pessoas.
Para Cintia Ferreira, Fundadora da EVE e uma das principais referências em empreendorismo feminino e liderança na América Latina, o movimento educacional dentro de web 3.0 possibilita novas conexões e acessos para as pessoas.
“Enxergo que eventos internacionais como o Women Forum, tem uma grande importância no nosso ecossistema e dentro do modelo de negócios da EVE, fortalecendo ainda mais conexões que até então não existiam” Cintia Ferreira, complementa explicando a atuação da DAO “Além do forte movimento educacional no brasil que a EVE se propôs no ano de 2022, conseguimos viabilizar pontes e conexões para que novos negócios de mulheres empreendedoras fossem lançados e queremos em 2023 expandir esse impacto com um projeto de expansão América Latina e Estados Unidos para impactar ainda mais mulheres e pessoas que ainda não fazem parte desse movimento.”
Ainda nas tendências do Fórum, no âmbito dos negócios, o painel O futuro do trabalho com nomes como Tarika Barett da Girls Who Code, Frédérique Le Grevés da STMicroeletronics, Shelley McKinley VP da Microsoft, Maryna Viazovska da EPFL e Julia Wiesermann da BCG, atentam para necessidades e soluções criativas para o nosso futuro empresarial com movimentos que antecedam a contratação e o recrutamento para práticas de incentivo às meninas, no ensino primário à disciplinas como matemática e o interesse em módulos lógicos para atingi-lás em todos os pontos de contato na jornada de carreira.
E o papel das líderes empresariais nessa jornada, seria atuar como mentoras em um caminho de construção de carreira com essas jovens, dando mais visibilidade a elas para que exerçam papéis de liderança no futuro.
“Temos que sair de uma seara de apenas palavras estampadas em paredes como manifestos em startups, para reais aplicações de transformação e impacto” Heloisa Passos, continua “A partir do momento que conseguimos apoiar iniciativas, investir em projetos e fazer o suporte da entrada de novas mulheres no mercado, vamos enxergar a transformação que tanto falamos e vem a passos curtos ano após ano”.
