22/02/2024 às 14h14min - Atualizada em 22/02/2024 às 14h14min

Pesquisa global aponta brasileiros como os mais otimistas sobre a influência da IA

Segundo pesquisa da agência MARCO realizada em 11 países, no Brasil, 67% temem risco de substituição de empregos, mas 88% consideram melhoria na rotina das pessoas

Um novo estudo realizado pela agência de comunicação MARCO, em parceria com a companhia pioneira em tecnologia de pesquisas Cint, revela um intrincado cenário de opiniões e emoções em torno da inteligência artificial (IA). A terceira edição do Relatório Global Sobre Novos Consumidores indica que o mundo está lidando com uma contradição: o medo de perder o emprego, por um lado, e a perspectiva de uma vida mais fácil, por outro. 

Essa realidade reflete a complexidade dos sentimentos gerados pela IA. O levantamento foi realizado de dezembro de 2023 a janeiro de 2024 com uma amostra total de 7.300 consumidores de 11 países (Brasil, França, Alemanha, Itália, México, Marrocos, Portugal, África do Sul, Espanha, Reino Unido e EUA), com a Cint desempenhando um papel fundamental tanto no alcance de públicos de pesquisa quanto na coleta de dados abrangentes.

Em relação ao ano passado, a terceira edição do estudo traz uma mudança significativa com a introdução de um olhar abrangente sobre a IA. As descobertas desse ano representam uma exploração inovadora sobre a evolução dos sentimentos dos consumidores em relação ao tema, que avança rapidamente no mundo todo.

 
Os resultados destacam as preocupações que predominam entre os consumidores sobre o assunto. Um número impressionante de 74% expressou apreensão sobre o risco de a inteligência artificial reproduzir preconceitos e comportamentos indesejáveis dos seres humanos. No Brasil, esse percentual é de 69%. Além disso, 58% consideram a IA uma ameaça à humanidade, com os brasileiros registrando um percentual de 42% nesse tópico. Os números indicam a necessidade de combinar desenvolvimento e implementação responsáveis da IA para abordar questões éticas.






A pesquisa também indica em certo equilíbrio entre as oportunidades e ameaças relacionadas à inteligência artificial. Enquanto 72% dos entrevistados nos 11 países temem que a IA elimine empregos, 68% também consideram que o avanço desse tema tornará a vida das pessoas mais fácil no dia-a-dia. No Brasil, o otimismo é maior nesse cenário. Embora 67% dos brasileiros reconheçam o risco de a IA substituir empregos, 88% enxergam que a tecnologia trará facilidades para a rotina de todos.

Esse percentual coloca os brasileiros como os mais otimistas sobre o tema e os que mais abraçam o poder transformador da IA, ficando bem acima da média mundial. A título de comparação, os americanos, com 57%, aparecem como os mais cautelosos nesse tópico, refletindo uma maior relutância em relação à tecnologia.

"Embora a inteligência artificial possa parecer assustadora, a chave está na educação e na conscientização. Compreender a tecnologia e suas implicações capacita os indivíduos e ajuda a desmistificar o medo em torno da IA. Na medida em que avançamos nesse tema, a promoção de uma cultura de educação será fundamental para abraçar as oportunidades que a IA apresenta para melhorar nossas vidas", enfatiza Didier Lagae, cofundador da MARCO.


Mais oportunidades do que ameaças

No momento em que diversos setores se beneficiam da transformação digital, a compreensão e o endereçamento de questões éticas será crucial para promover um relacionamento positivo entre a tecnologia e a força de trabalho.

 
Com relação às ferramentas de IA mais populares, a maioria dos consumidores (59%) reconhece sua função na redação de textos, seguida pela criação ou edição de imagens (58%). Os entrevistados estão menos cientes sobre o uso da IA em carros autônomos (40%), educação (43%), área médica (37%), agricultura e pecuária (19%). Outras aplicações não especificados representam um percentual ainda menor (11%). Esses números refletem a crescente familiaridade sobre o papel da IA nas atividades cotidianas, uma tendência que deve continuar evoluindo nos próximos anos.






No Brasil, os entrevistados demonstraram uma preocupação mais baixa em relação às ameaças da IA, com 42% expressando apreensão quanto ao tema, bem abaixo da média global de 58%. Os brasileiros também se mostram mais bem informados do que outras nacionalidades sobre as possibilidades de aplicação da IA em redação de textos (68%), criação ou edição de imagens (73%) e agricultura e pecuária (24%).

Outros usos da IA reconhecidos pelos brasileiros, em linha com a média mundial, envolvem carros autônomos (42%), educação (45%) e área médica (37%).

Metodologia

O Relatório Global Sobre Novos Consumidores 2024 teve como objetivo explorar e analisar as atitudes e a conscientização dos consumidores em relação à inteligência artificial em 11 mercados relevantes. O estudo abrangeu o período de dezembro de 2023 a janeiro de 2024, fornecendo um retrato amplo das visões contemporâneas sobre tópicos globais.

A pesquisa envolveu uma amostra diversificada de mais de 7.300 participantes, representando países com cenários culturais, econômicos e tecnológicos distintos. Os mercados considerados foram Brasil, França, Alemanha, Itália, México, Marrocos, Portugal, África do Sul, Espanha, Reino Unido e EUA. Essa seleção buscou capturar uma compreensão holística sobre o comportamento global do consumidor.

Um questionário foi estruturado para abranger aspectos como consumo de mídia, responsabilidade das marcas, aplicativos de IA, sustentabilidade e cultura do trabalho. Os participantes foram solicitados a responder perguntas fechadas e abertas, o que permitiu uma análise quantitativa e qualitativa. Outros dados da pesquisa serão anunciados em breve.

O relatório completo da pesquisa realizada pelo departamento de pesquisa da MARCO em colaboração com a Cint pode ser acessado em themarcosurvey.com.

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