O mercado brasileiro de criptomoedas continua a se consolidar, conforme indica o levantamento Geography of Cryptocurrency, divulgado pela Chainalysis nesta quarta-feira (11), no qual o Brasil figurou na 9ª posição no ranking global de adoção de ativos digitais. A Argentina e o México, na 15ª e 16ª colocações, respectivamente, são os outros representantes latino-americanos no levantamento.
Segundo a Chainalysis, o Brasil recebeu cerca de US$ 85,3 bilhões em criptomoedas entre julho de 2022 e junho de 2023. O montante fica atrás somente dos US$ 85,4 bilhões recebidos pela Argentina. Entretanto, como o relatório aponta, as criptomoedas vêm sendo utilizadas na região por diferentes motivos: como envio de Remessas Internacionais, com destaque para o México, onde mais de US$ 61 bilhões em criptomoedas foram recebidos; e para proteger fundos do descontrole inflacionário, com destaque para Argentina e Venezuela.
No caso do Brasil, como já foi observado em edições anteriores do Geography Report, as criptomoedas se destacam enquanto forma de investimento - o que faria do mercado brasileiro mais sofisticado do que os países vizinhos. Entretanto, o volume total de transferências institucionais no mercado brasileiro diminuiu, trazendo uma tendência de queda em toda atividade criptográfica do país. Desde Junho de 2023, porém, esse tipo de transação voltou a registrar altas - o que pode indicar uma recuperação para o setor localmente.
Quando comparado ao peso argentino, o real brasileiro foi mais utilizado para compra de criptomoedas como Altcoins, BTC e ETH - enquanto os vizinhos argentinos adquirem uma quantidade maior de USDT - isso indica que o mercado brasileiro tem mais interesse em ativos de investimento de longo prazo.
Outros destaques do estudo incluem:
“O Índice Global de Adoção de Criptomoedas mede o desempenho de diferentes países, com base no uso de diferentes serviços de criptomoeda. Para garantir uma vaga no ranking, a Chainalysis dá uma pontuação entre 0 e 1 para cada país, quanto mais próximo esse número estiver de um (1), maior será a posição”, disse Kim Grauer, Diretor de Pesquisa da Chainalysis. “A América Latina tem a sétima maior criptoeconomia de todas as regiões que estudamos, à frente apenas da África Subsaariana, mas não muito atrás do Oriente Médio e Norte da África, ou do Leste Asiático e da Europa Oriental. Sua posição, em comparação com outras regiões, permaneceu relativamente estável nos últimos dois anos”, avaliou Grauer.