24/07/2024 às 14h44min - Atualizada em 24/07/2024 às 14h44min

Restrições de privacidade impedem chegada da IA da Meta ao Brasil

A expansão da Inteligência Artificial da Meta enfrenta obstáculos no Brasil, com a ANPD proibindo a coleta de dados e a empresa buscando superar desafios regulatórios

O CEO da Meta, Mark Zuckerberg, aparece em vídeo durante evento da empresa em São Paulo - Divulgacão/Meta

A expansão global da inteligência artificial (IA) da Meta, que engloba plataformas como Instagram, WhatsApp e Facebook, atingiu um novo patamar com a inclusão de mais sete idiomas e sua introdução em diversos países, incluindo nações da América Latina. No entanto, essa inovação não chegou ao Brasil.

A decisão foi influenciada pelas restrições da ANPD (Autoridade Nacional de Proteção de Dados), que proibiu a Meta de coletar dados de cidadãos brasileiros, citando preocupações com a privacidade. A Meta atribuiu a ausência de sua IA no Brasil a "incertezas regulatórias" e expressou seu compromisso em trabalhar com as autoridades locais para superar esses obstáculos.

"Estamos trabalhando em colaboração com as autoridades locais competentes para que o Brasil tenha acesso —e seja devidamente atendido— pelo mesmo nível de inovação em IA que estamos levando a outros países", declarou um porta-voz da empresa.

A tecnologia foi lançada em outros países latino-americanos, como Argentina, Chile, Colômbia, Equador, México e Peru, mostrando a intenção da Meta de expandir sua presença tecnológica na região. A controvérsia em torno da coleta de dados pela Meta no Brasil intensificou-se após o Idec (Instituto de Defesa de Consumidores) notificar órgãos reguladores sobre as práticas da empresa, culminando na decisão da ANPD de suspender a coleta de informações para treinamento de IA.

A Meta enfrentou uma multa diária de R$ 50 mil caso não cumprisse com a determinação, o que levou a empresa a suspender as ferramentas de IA generativa em suas redes sociais no país.

Além do Brasil, a União Europeia também adotou uma postura rigorosa contra a coleta de dados pela Meta para fins de treinamento de IA, forçando a empresa a reconsiderar o lançamento de suas ferramentas de IA na região.

A IA da Meta promete revolucionar a interação dos usuários com as redes sociais, oferecendo recursos como a geração de imagens com base em comandos e a solução de questões complexas, incluindo problemas matemáticos. A empresa lançou uma nova versão do seu grande modelo de linguagem, o Llama 3.1, que se destaca por seus 405 bilhões de parâmetros, colocando-o no mesmo patamar de sofisticação que o GPT-4.

Embora o Llama esteja disponível globalmente, inclusive no Brasil, a Meta não revelou os dados utilizados para seu treinamento, mantendo uma certa opacidade em suas práticas de desenvolvimento de IA.

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