Os cards exclusivos de clube de benefícios, baseados em blockchain, estão mostrando seu potencial para conectar frequentadores de festas com seus artistas prediletos, oferecendo serviços personalizados, descontos e ainda um plus de receita para os organizadores do evento. A festa de música eletrônica Red Room estreou a solução em sua última edição, no final de julho, quando trouxe a Minas Gerais o alemão Watergate Club, um dos mais respeitados clubes do mundo. O balanço do evento de 10 horas seguidas de música já mostrou o resultado positivo: saldo de 25% no aumento de receita, além de total engajamento do público.
Por trás dos Red Room Cards está a tecnologia desenvolvida pela BTIX, startup recém chegada ao mercado, que oferece ao setor de eventos uma abordagem pioneira para impulsionar a fidelização dos espectadores e ainda trazer mais segurança para comprar, vender e até revender ingressos.
Ao analisar os dados registrados na estreia da ferramenta, na festa Red Room, um dos sócios fundadores da BTIX, Arthur Penna, contabiliza as vantagens.
“Quem recebeu o card teve desconto na compra do ingresso, acesso a um pré-evento exclusivo open bar e recebeu códigos promocionais para enviar a amigos e conhecidos, podendo promover a festa e incentivar novas pessoas a comparecerem. Na medida em que os indicados compravam ingressos, a pessoa que indicou ganhava pontos no seu card. Cerca de 25% da receita da festa teve origem em vendas transacionadas por meio dos códigos, um resultado super positivo”, afirma Arthur.
Além disso, os membros do Red Room Clube tiveram acesso a um grupo exclusivo de conversa em uma rede social onde receberam fotos da festa, puderam trocar informações sobre eventos, marcar encontros em outras festas e trocar experiências e impressões sobre a Red Room, os djs e o próprio Red Room clube.
“Eles se tornaram verdadeiros embaixadores da marca Red Room. E isso é um dos destaques da solução da BTIX, porque o usuário realmente se sente parte e quer ver a festa crescer e levar mais pessoas para compartilhar. E quanto mais o evento cresce, mais ele tem acesso a vantagens e experiências únicas”, disse Arthur.
Grupo de super fãs da festa recebeu cards blockchain e teve acesso ao clube de benefícios da Red Room |
Matheus Ferreira, um dos organizadores da Red Room, fala da decisão de investir na ampliação da experiência dos participantes da festa.
“Nossos pilares sempre estiveram diretamente conectados à tecnologia e inovação. Acreditamos que o mercado de eventos possui uma ótima janela de oportunidades de união com a tecnologia, facilitando o diálogo da maneira mais atualizada possível com a nova geração, que já vive isso em seu dia a dia. Ser uma marca pioneira nessa parceria com a BTIX fomenta novas ideias para aperfeiçoar essa experiência, e com isso, agregar mais valor para nossos clientes e fidelizar nossa relação a longo prazo”, afirma.
Ingresso anti-cambismo e próximos passos
Segundo Guilherme Flarys, cofundador e sócio da empresa, a BTIX está sendo procurada por organizadores de eventos e artistas que querem replicar a ação da Red Room, agora também associando os benefícios a marcas e estabelecimentos parceiros, como marcas de roupas, restaurantes, entre outros. “O sistema proporciona várias novas formas de conexão, ativação do público e identificação dos usuários de forma segura e controlada, simples de usar em diversos segmentos de eventos”, afirma Guilherme.
Desde o início do ano, a empresa começou a operar em eventos com os recursos tradicionais de ingressos e acesso em portarias e foi responsável pelas entradas de diversas festas e shows no Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte. A lista inclui a Red Room Sunset e a Warung Tour BH, versão itinerante do famoso club que é referência no cenário internacional de música eletrônica. Em julho, também fez toda a venda e retirada de ingressos e controle de portaria da Perifacon, em São Paulo, conhecida como a conferência nerd das favelas, com cerca de 15 mil visitantes.
O próximo passo da startup é ampliar o uso da tecnologia blockchain para rastrear a venda e revenda de ingressos e assim sanar o desafio de um mercado em que ingressos correm o risco de serem facilmente falsificados e cambistas chegam a faturar entre 40% e 50% do valor do ingresso, em média, segundo estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD). Esse valor pode chegar a 7.000%, em casos extremos, conforme a instituição.