Um levantamento realizado pela Onze, fintech de Saúde Financeira e Previdência Privada, ouviu 1.845 pessoas de todo o país e revelou que o nível de educação do brasileiro ainda é precário - o que tem reflexo direto na saúde financeira da população.
Segundo a pesquisa, 81% dos entrevistados estão endividados. As contas atrasadas são mais comuns entre mulheres - 82% de todas que foram ouvidas passam por esse problema. Na segmentação por faixa etária, o grupo mais endividado é o de brasileiros entre 41 e 48 anos de idade, sendo que cerca de 84% deles têm ao menos uma dívida.
Quando questionados sobre a organização financeira, 49% dos respondentes disseram não ter qualquer tipo de planejamento. A maioria deles (72%) admite que não se planeja porque não sabe como fazer isso.
A pesquisa também avaliou o nível de conhecimento financeiro dos brasileiros e descobriu que 45% sabem pouco ou quase nada sobre o tema. Outros 40% admitem ter apenas conhecimentos básicos e apenas 13% sabem o suficiente para organizar as finanças pessoais, além de entenderem um pouco de investimentos.
O levantamento buscou compreender, ainda, se as pessoas costumam pesquisar ou estudar materiais relacionados ao assunto e revelou que 57% não têm esse hábito, sendo que a maioria desses diz nem saber por onde começar a se informar (53%).
Entre os respondentes que pesquisam e estudam, a maior parte utiliza o Google para essa finalidade (53%). Em seguida, vêm o YouTube e as redes sociais, com 48% das respostas.
Entrevistados entre 25 e 32 anos são os que mais entendem de finanças - 49% costumam se informar, sendo que 17% acreditam ter um bom nível de conhecimento financeiro.
Por fim, o estudo perguntou se as pessoas conseguem guardar dinheiro, formar uma reserva financeira e se preparar de alguma forma para a aposentadoria. A maioria, 73%, não tem qualquer quantia guardada e 88% nunca conseguem guardar dinheiro ou conseguem somente de vez em quando.
Quanto à aposentadoria, 66% pretendem fazer uma poupança pensando no futuro, mas ainda não começaram.
Para Samuel Torres, consultor financeiro e head do time de Saúde Financeira da Onze, a pesquisa reflete questões culturais da sociedade e sua relação com o dinheiro.
"Podemos observar que grande parte da população brasileira vive no improviso, pagando suas contas e dívidas conforme elas surgem. Ainda que os salários não alcancem as necessidades das pessoas, é importante ter ao menos um conhecimento básico sobre finanças para não cair em armadilhas”.
O consultor também destaca a importância de selecionar bem os conteúdos que serão consumidos e se certificar de que as fontes sejam confiáveis.
“Com pouco ou nenhum foco em educação financeira nas escolas, a maioria das pessoas não sabe nem por onde começar a aprender mais sobre o tema. E as que tentam buscar conhecimento, costumam ir em fontes pouco confiáveis ou enviesadas comercialmente, como influenciadores de finanças e gerentes de bancos".
A pesquisa ouviu homens e mulheres, entre 18 e 48 anos, que ganham por mês entre R$ 2.604 e R$ 19.530.