27/03/2023 às 11h37min - Atualizada em 27/03/2023 às 11h37min

Cresce em quase 40% o número de vagas in the house para profissionais de tecnologia



Muitas empresas que não são especializadas em Tecnologia da Informação (TI) têm em suas estruturas posições de emprego para profissionais de tecnologia, dada a demanda interna em torno dos sistemas que a empresa usa (ERP, automação, funcionamento de máquinas e servidores, controle de acesso, entre outros) e, assim, movimenta-se o mercado de trabalho.

Chamado de TI in-house, a oferta por esse tipo de emprego cresceu cerca de 39% na última década no Brasil, entre os anos de 2011 e 2021, chegando a 404 mil postos de trabalho, segundo informações apresentadas no Insight Report da Assespro-PR (Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação) do mês de janeiro/23.

No estado do Paraná, importante por ser o local de principal atuação da entidade, o crescimento percentual também foi muito próximo da média nacional: 33%, com cerca de 23 mil vagas, o quarto lugar com maiores ofertas dentro das unidades federativas.

A análise torna-se fundamental para entender como o mercado tem se comportado e quais ramos não ligados diretamente à produção de serviços e produtos em TI têm buscado cada vez mais soluções tecnológicas dentro de suas atividades, e o próprio crescimento percentual indica como é importante contar com profissionais de tecnologia no dia a dia desses empreendimentos, e não apenas quando existem problemas pontuais a serem solucionados.

Por esse motivo, o relatório também observou quais são os setores que mais têm atração e vagas. Dentre as seções ou subsetores de atividade econômica que mais empregaram pessoal em TI in-house, no Brasil, em 2021, destacam-se: Comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas (16%); Atividades administrativas e complementares (12%); Indústrias de transformação (10%); e Atividades financeiras, seguros e relacionados (14%). Já no Paraná, o cenário foi parecido, com Comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas (16%); Indústrias de transformação (14%); Atividades administrativas e complementares (12%); e Atividades profissionais, científicas e técnicas (11%).

Se levado em consideração os segmentos de atividades, desmembrando as seções, temos na Administração pública, com mais de 25 mil empregados, o primeiro lugar, seguida pela de Bancos múltiplos, com carteira comercial (24 mil) e Comércio varejista especializado de equipamentos e suprimentos de informática (19 mil). No Paraná, o ramo de Atividades de consultoria em gestão empresarial, exceto consultoria técnica específica, liderou, com cerca de 1,2 mil empregados, seguido por Serviços de escritório e apoio administrativo (979) e Administração pública em geral (978).

Com a digitalização do setor financeiro, especialmente a partir de 2016, o segmento de “Outras atividades auxiliares dos serviços financeiros” teve um incremento em torno de 25 vezes mais vagas, o recordista no país, enquanto, no Paraná, no segmento de Seguros (não vida) o aumento do emprego em TI in-house foi da ordem de 12 vezes.

O Report também se atentou a um dado muito interessante. Houve um aumento de apenas 7% no emprego de professores de computação do ensino superior (graduação e pós-graduação), em âmbito nacional, no período 2011-21, que, comparado ao TI in-house, está 31 p.p abaixo.

A queda do emprego dessa categoria profissional ocorreu notadamente nos anos de 2020 e de 2021, quando houve uma contração de 15%, em relação a 2019, possivelmente como reflexo da pandemia da Covid-19. No caso do Paraná, essa queda acentuada do emprego de professores de computação do ensino superior ocorreu em 2021, com uma redução de 46% em relação ao ano de 2020.

Uma das hipóteses é que parte dessa força de trabalho qualificada está sendo justamente atraída para outras atividades de serviços em TI (in-house e Core TI), além de melhores salários e mais flexibilidade em relação à vida docente, que exige outros tipos de expertises e socialização.
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