07/03/2023 às 16h01min - Atualizada em 07/03/2023 às 16h01min

PIX amplia vantagem entre formas de recebimento à vista e BNPL volta a crescer



O PIX ampliou sua distância para outras formas de pagamento à vista; o BNPL (Buy Now, Pay Later) apresentou novo crescimento e confirmou seu viés de alta para o ano. Essas são os principais movimentos verificados pelo Estudo de Pagamentos Gmattos em sua edição de janeiro de 2023.

O levantamento vem sendo realizado nos últimos dois anos pela Gmattos, consultoria que há mais de 20 anos identifica tendências na agenda dos pagamentos online no país.

Os dados de meios de pagamento aceitos pelo e-commerce no Brasil apurados pelo Estudo Gmattos de janeiro/23 estabelecem que, assim como verificado nas edições de novembro/22 e dezembro/22, o PIX, modalidade que mais cresceu no ano passado, manteve sua aceitação de 91,5% entre os lojistas.

Segundo a consultoria, esse é o patamar de 91,5% alcançado pelo PIX, está muito próximo do seu potencial máximo estimado pela Gmattos, de 93%, capacidade projetada dado o perfil de lojas com propensão ao recebimento à vista.

Tal avanço ainda não se consolidou, especialmente em novembro e dezembro, devido a um fator que ainda é empecilho para uma aderência ainda mais robusta à modalidade. “A integração dessa forma de pagamento no checkout é bastante complexa, demandando recursos e atenção técnica”, explica Gastão Mattos, cofundador e diretor-geral da Gmattos. “O período de novembro, da Black Friday, e dezembro, do Natal, é bastante crítico para qualquer alteração em sistemas sensíveis como o de pagamentos, por isso não é estranha a manutenção do PIX no mesmo patamar neste período.”

Para a próxima edição do Estudo de Pagamentos Gmattos, prevista para março, o especialista sinaliza uma possível nova ascensão do PIX. O que a edição de janeiro já aponta é a ampliação do incentivo para esse tipo de pagamento. Em janeiro/23, 37% das lojas que aceitam PIX ofereceram benefícios (descontos entre 5% e 12%, para todas as compras ou uma seleção delas, ou frete grátis) para pagamento por essa modalidade, contra 33% no mês anterior (dez./22) e 29,6% em novembro/22.

Aumento da vantagem

O Estudo de janeiro indica também o aumento da vantagem do PIX sobre outras formas de recebimento à vista. Esse descolamento foi possível graças aos declínios tanto do boleto quanto dos débitos.

O boleto oscilou negativamente de 69,5% em dezembro/22 para 67,8% em janeiro/23. Apesar dessa queda, das lojas que operam com a modalidade, 12,5% promoveram algum desconto (de 3% a 10%) para a sua utilização.

Por sua vez, os débitos retrocederam em todos os seus formatos. O débito bandeira passou de 15,3% em dezembro/22 para 11,9% em janeiro/23, sua segunda pior performance desde janeiro/21; o débito banco caiu de 22% para 20,3%; e o débito consolidado, de 32,2% para 30,5%.

Sem considerar as lojas que operam com débito apenas pela aceitação da Caixa Econômica Federal (motivação pelo auxílio emergencial), o patamar geral (consolidado) declina ainda mais, de 23,7% em dezembro/22 para 22% em janeiro/23.
 
BNPL em ascensão

O Estudo de Pagamentos Gmattos mostrou ainda que o Buy Now Pay Later (BNPL) segue em sua jornada de crescimento, havendo atingido em janeiro de 2023 a aceitação de 27,1%. Em dezembro/22, ela estava em 25,4%, e em novembro/22, em 22%.

A oferta preponderante desse tipo de parcelamento fora do cartão de crédito se dá pelo crediário próprio das lojas. Porém, a maior elasticidade de alta é esperada para o BNPL por meio de fintechs, uma vez que somente as megalojas têm se aventurado por essa forma de concessão de crédito, via crediário próprio. Os bancos de varejo também a disponibilizam parcelamentos BNPL para seus correntistas, mas de maneira mais restrita, limitada apenas aos seus clientes com aprovação prévia para compras parceladas. A oferta via fintechs é a mais abrangente e desafiadora, pela proposta de aprovação do crédito de imediato, para clientes “pescados” em mar aberto.

Entre os meios de pagamento no e-commerce analisados pelo Estudo, o crédito segue absoluto na liderança do ranking de aceitação, com 100% de aderência entre os lojistas online, mesmo percentual verificado nos dois últimos meses de 2022.

No caso, o que tem variado é o número médio de parcelas sem juros, que desceu para 4,5 em janeiro/23, ante 4,7 em dezembro/22 e 6,4 na Black Friday (novembro/22). No histórico recente, a oferta em 12 vezes foi a menor dos últimos três meses, enquanto o plano em até 3 vezes sem juros foi o maior. A oferta de desconto para o crédito à vista (1 parcela) teve ligeira queda -- foi de 5%, contra 7% nos meses anteriores.

A aceitação das wallets tem se apresentado estável nos últimos meses, com pequenas oscilações; em janeiro/23, marcou 42,4%. Alguns diferenciais de pagamento pela modalidade têm sido identificados, sobretudo via PayPal, a wallet líder em aceitação. Trata-se de parcelamentos exclusivos, não oferecidos para o cartão de crédito.
 
A edição de janeiro/23 do Estudo de Pagamentos Gmattos analisou 59 lojas online de destaque no país, dos mais diversos segmentos, as quais, juntas, representam volume dominante no mercado brasileiro. As observações aconteceram na quarta semana do mês.

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