22/04/2024 às 21h49min - Atualizada em 22/04/2024 às 21h49min

Web Summit Rio: Especialistas traçam o futuro da tecnologia e revelam tendências para os próximos anos

Outros líderes do setor também compartilham suas percepções sobre o evento que impulsionou o diálogo sobre inovação e tendências tecnológicas

A segunda edição do Web Summit Rio chegou ao fim no último dia 18 de abril, atraindo quase 35 mil pessoas por dia ao evento, 61% a mais que na primeira edição, em 2023, quando 21.367 pessoas participaram por dia. Ao todo, 102 países estiveram representados. Em um mercado dominado por homens, também teve forte participação das mulheres: 47,5% entre os participantes e 39% dos palestrantes e debatedores.

A expectativa da prefeitura do Rio de Janeiro é que o Web Summit movimente na cidade R$ 1,5 bilhão nas seis edições do evento, até 2028, de acordo com um estudo da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Econômico.

 

“O Web Summit 2024 foi um sucesso, conseguimos fechar US$ 200 milhões em acordos para a cidade. Estamos supersatisfeitos e animados, esperando até que a edição do ano que vem seja ainda maior que essa. Tivemos cerca de 35 mil pessoas por dia no evento. Acho que temos capacidade de chegar aos números parecidos com Lisboa, atingindo 70 mil, até porque temos a América Latina toda querendo aportar e a chegar aqui no nosso evento”, disse Chicão Bulhões, secretário municipal de Desenvolvimento Urbano e Econômico.


O Web Summit Rio também reuniu um time de peso de líderes e executivos de diversos setores para desvendar as tendências e o futuro da inovação. Através de suas lentes, podemos traçar um panorama multifacetado do evento, destacando os principais temas e insights que marcaram a edição deste ano.

Marlyson Silva, CEO da Transfero, reconheceu o valor do Web Summit em promover discussões sobre o Web3, destacando a variedade de perspectivas e a importância da educação da população sobre esse mercado em crescimento.

"Acredito que ter um palco inteiro dedicado ao tema já é uma amostra de como o Web Summit valoriza e entende a importância de mais discussões sobre essa indústria. O mais relevante, porém, foi a quantidade de diferentes perspectivas que tivemos nessas conversas. Líderes, jornalistas, referências, do Brasil ou internacional, o evento conseguiu reunir visões diferentes e muito valiosas sobre os desafios da indústria e as oportunidades que os players dentro dela podem proporcionar. Como líder de uma empresa que faz parte do setor, eu me senti representado pelo evento, que ofereceu bastante espaço para o assunto, contribuindo com a educação da população sobre um mercado que ainda não é tão discutido como poderia ser”, revelou. 


Segundo ele, os tópicos principais e mais relevantes de Web3 foram cobertos com perfeição, como discussões sobre o futuro das exchanges, regulação ou mesmo sobre o impacto do ETF do bitcoin no mercado. 
 

“Mas o que mais me chamou atenção foram as discussões sobre tokenização, como é algo que já trabalhamos aqui na Transfero, é interessante entender diferentes visões sobre um assunto em que somos referência e, sem dúvidas, uma excelente oportunidade para aprender e entender como podemos melhorar ainda mais com as perspectivas de diferentes setores do mercado", completou.


Marcella Calfi, Gerente de Marketing da Zoop, destacou a importância do Web Summit para as empresas da área de tecnologia.
 

"Estar presente no Web Summit é fundamental, principalmente para quem atua no setor. É um evento que aborda tudo o que está acontecendo no mercado, tendências, fala de inovação. É um conteúdo extremamente relevante e importante para todos os setores", avaliou.


Alexandre Luppi, Co-fundador e CCO da Compasso Coolab, enfatizou o papel da inteligência artificial como um caminho sem volta, mas ressaltou a comunicação entre pessoas como o verdadeiro motor da evolução.

"Dentro de tudo o que foi falado e discutido sobre uso de IA, e claro que é um caminho sem volta, para mim especialmente foi um Web Summit de conexões humanas, onde a comunicação entre pessoas, ainda é o motor que move continuidade da evolução", reforçou.


Caroline Nunes, CPO da Infratoken, reconheceu a crescente relevância do Web 3, mas sugeriu um foco maior no próximo evento, além de palestras voltadas para infraestrutura tecnológica e soluções financeiras inovadoras.
 

"Primeiro que em comparação com o Web Summit do ano passado a estrutura estava muito maior e melhor, tanto em relação à logística, quanto em relação à estrutura dos palestrantes, à questão dos palcos. Em relação às palestras, gostei, mas eu senti falta de um pouco mais de palco e atenção na parte de Web 3, eu procurei várias vezes palestras de Web 3, especificamente para assistir. O conteúdo acabou se concentrando em um bloco, que foi na parte da tarde do último dia”, analisou a executiva.


Caroline Nunes, que também é Mestre em Direito (LL.M.) pela USC Gould School of Law, com certificado em Direito do Entretenimento e Direito Transnacional e Negócios, enfatizou que gostou muito das exposições e das palestras, e reforçou sua expectativa para o próximo Web Summit. “Espero realmente esse foco maior em Web 3 e talvez em tecnologia - nessa parte de infraestrutura tecnológica voltado para finanças, voltado para produtos que a gente está vendo uma evolução tecnológica maior", disse.

Leonardo H. Lopes, executivo da L3 Consultoria e da Gixer Entertainment, destacou a busca por soluções criativas por parte das startups da indústria de games, com foco em gateways de pagamento baseados em Web3, plataformas de educação financeira e o conceito de Gêmeos Digitais.

 

"Foi importante notar como as startups da indústria de games estão buscando posições diferentes e criativas neste ecossistema que passa por muitos desafios. Seja através do foco no fornecimento de gateway de pagamento baseado em Web3 (como a startup GG DApp), a plataformas que buscam orientar os jogadores na educação financeira (como Monaco.gg e Finkid$). Ficou claro, também, a oportunidade para estúdios de games se aproveitarem do conceito de Gêmeos Digitais (Digital Twins), uma vez que eram mais de 20 startups oferecendo soluções com base em Internet das Coisas (IoT)”, observou.


Para ele, o evento foi uma grande oportunidade para os estúdios realizarem serviços B2B, sem perder o foco na criação de jogos. “Isso tudo sem deixar de contar com a presença de empresas estabelecidas como o centro de ensino britânico EBAC, buscando se posicionar com uma jornada de especialização para esta indústria", disse.

Fernando Rodrigues, CEO e Founder da Rural Ventures, ressaltou a importância da tecnologia na ampliação da produtividade do agronegócio brasileiro, com destaque para o papel da Embrapa e a eficiência proporcionada por soluções inovadoras.

 

“A transformação do agronegócio brasileiro desde os anos 1970 até os dias atuais é um exemplo marcante da importância da tecnologia na ampliação da produtividade. Anteriormente caracterizado por baixa mecanização e produtividade, o setor experimentou uma revolução impulsionada pela adoção de inovações tecnológicas, com destaque para o impulso proporcionado pela Embrapa. Hoje, o cultivo de culturas como a soja se tornou uma parte vital da economia agrícola do país, enquanto a produção de grãos e carnes atende não apenas ao mercado interno, mas também às demandas internacionais, graças à eficiência e à precisão proporcionadas pelas tecnologias", mencionou.


O Web Summit foi palco também de um encontro do G20, o grupo das maiores economias do mundo, que terá a sua reunião de Cúpula nos dias 18 e 19 de novembro, no Rio de Janeiro. O Startup20 é um grupo de engajamento criado na Índia, no ano passado. A ABStartups organizou o encontro no Rio, que reuniu 420 participantes, com delegações de 22 países e da União Europeia. Esta foi a segunda reunião neste ano do grupo, que esteve em Macapá em fevereiro. Entre os principais debates, políticas públicas para inovação, ESG, regulação financeira e fintechs e os impactos da inteligência artificial.

O evento se consolidou como um evento inspirador e enriquecedor, reunindo líderes de diferentes setores para compartilhar suas visões sobre o futuro da tecnologia. Através das suas percepções, podemos identificar as tendências que moldarão o panorama da inovação nos próximos anos.
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