19/01/2024 às 17h44min - Atualizada em 19/01/2024 às 17h44min

Cooperativas surpreendem BC com tokenização no real digital

SFCoop lidera testes e desenvolve tecnologias para aprimorar garantias e operações de crédito

O consórcio de cooperativas, conhecido como SFCoop, composto por Ailos, Cresol, Sicoob, Sicredi e Unicred, está trilhando um caminho discreto, mas notável, no projeto piloto do real digital (Drex). Surpreendendo ao atingir marcos cruciais do Banco Central (BC) antes de grandes bancos, o grupo agora volta seu olhar para os benefícios a longo prazo da "tokenização" e planeja apresentar sugestões ao BC sobre como a tecnologia blockchain pode aprimorar o atual sistema de garantias.

Márcio Alexandre, representante técnico do SFCoop, destaca a conquista do consórcio ao se tornar o segundo a instalar seu nó na rede selecionada pelo BC para a tokenização do real, utilizando a Hyperledger Besu. Conectando-se à Rede do Sistema Financeiro Nacional (RFSN) no piloto do Drex antes de gigantes como Banco do Brasil (BB), Bradesco e Santander, o SFCoop também foi pioneiro na tokenização de reservas e emissão do Drex nos testes, além de liderar a transação de títulos públicos federais em parceria com o BB.

 

"Desde 2017, estamos envolvidos com a tecnologia por trás do Drex, o blockchain", revela Alexandre. Ele enfatiza a formação de uma equipe multidisciplinar desde o início, composta por profissionais que abrangem desde engenheiros de software até gestores. "Hoje, o Drex é um piloto, mas não podemos esperar até se tornar um produto. O nível de cobrança e exigência dos nossos cooperados é enorme", comentou o executivo ao Valor Econômico.


Apesar da concentração da maioria das cooperativas na região Sul, o SFCoop mantém presença física em Brasília e, desde a primeira demanda do BC, trabalha diretamente com soluções tecnológicas, sem recorrer à terceirização para parceiros de TI.

No momento, o consórcio está focado em testar como realizar transações preservando a privacidade dentro do blockchain, um desafio crucial para determinar o sucesso e viabilidade do Drex como moeda digital do Banco Central brasileiro. Alexandre expressa confiança no êxito da empreitada: "Vamos conseguir. Alguns protocolos estão sendo testados, e tenho certeza de que vamos encontrar soluções. Estamos tentando empacotar ferramentas", declara.

Sobre os casos de uso do Drex para as cooperativas, o executivo destaca a tokenização de ativos e a facilitação da verificação de garantias de tomadores de crédito, além da simplificação do processo de sindicalização de empréstimos. "Se avançamos com garantias no Drex, isso reduz custos e traz agilidade. Instituições grandes e pequenas têm acesso à mesma garantia", explica Alexandre.

Ele argumenta que um real digital programável pode facilitar o compartilhamento de riscos em operações de crédito envolvendo duas ou mais cooperativas.

"Hoje, todos esses testes ocorrem em uma rede paralela. Se alguém do BC não concordar, estamos preparados para oferecer o que a tecnologia tem de melhor. Nossa meta é estar prontos para oferecer produtos e serviços no dia zero."


O representante do SFCoop também destaca que o piloto do Drex proporciona uma oportunidade única de ver todo o mercado financeiro trabalhando em conjunto para construir uma ferramenta disruptiva. Isso inclui a abertura dos grandes bancos para discutir soluções e formas de viabilizar a tecnologia.
Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Comentar

*Ao utilizar o sistema de comentários você está de acordo com a POLÍTICA DE PRIVACIDADE do site https://web3news.com.br/.