30/11/2023 às 15h30min - Atualizada em 30/11/2023 às 15h30min

Ativos digitais ganham força no Brasil, mas ainda têm caminho a percorrer

Pesquisa aponta que 83% dos executivos acreditam que os "ativos digitais" promoverão disrupção em seus segmentos de atuação

A pesquisa setorial sobre a “Adoção, Uso e Insights relacionados a Blockchain, Criptomoedas, Tokens e DREX”, encomendada pelo Movimento Inovação Digital (MID), associação que reúne as maiores plataformas digitais em atuação no Brasil, e conduzido pela PwC Brasil, revela que 83% dos entrevistados acreditam que essas tecnologias, chamadas de "ativos digitais", terão um impacto disruptivo em seus respectivos setores. No entanto, apesar dessa percepção, 59% estão aguardando desenvolvimentos adicionais no setor, e apenas 3 em cada 10 estão avançando ativamente com a adoção dessas inovações.

A pesquisa foi elaborada com o objetivo de avaliar o entendimento dos executivos em relação a essas soluções emergentes, destacando a lacuna entre o reconhecimento do potencial disruptivo e a implementação efetiva dessas tecnologias. "Reunimos empresas do Brasil para que possamos entender o comportamento delas em relação à maturidade de adoção, utilização e insights nos chamados 'ativos digitais'. Por serem temas novos, mas que estão ganhando espaço dentro das corporações, com certeza o estudo revela dados essenciais que auxiliam na tomada de decisões dos empresários e os principais desafios que blockchain, criptomoedas, tokens e DREX trazem", conta Rodrigo Soeiro, líder do Comitê de Meios de Pagamentos do MID.

O estudo também aponta que 50% dos respondentes possuem conhecimento razoável das diferentes tecnologias através de informações de mercado, porém sem utilização prática. Além disso, a inovação DREX foi registrada como tema menos dominado, em que 59% dos entrevistados mostram que não estão bem-informados ou não conhecem a solução do Banco Central.

Em relação aos benefícios que o blockchain, criptomoedas, tokens e DREX podem trazer para as empresas, metade dos respondentes entende que existem vantagens desses temas para o negócio, porém ainda não possuem clareza de como capturar e aplicar a tecnologia. 42% dos entrevistados estão aguardando a maturação do setor para intensificar os avanços tecnológicos envolvendo os 4 temas.

Dados da pesquisa sobre a visão dos riscos indicam que a questão regulatória é a maior preocupação dos respondentes nos quatro assuntos analisados, sendo o principal aspecto indicado na adoção das soluções, embora a maturidade tecnológica e os riscos cibernéticos também tenham obtido elevado percentual de respostas.

Para a inserção dessas tecnologias e prioridades, um terço das empresas, equivalente a 33%, já está inserido nessas soluções, com diferentes estratégias de adoção. Blockchain é um tema de interesse para investimento, figurando entre as 3 prioridades destacadas. A grande maioria das empresas espera que essas soluções tragam algum nível de disrupção em seus segmentos. Apesar disso, 59% estão aguardando evoluções no setor e apenas 3 em cada 10 estão avançando com a adoção.

O estudo foi realizado com 48 empresas, de diferentes setores da economia, com o objetivo de avaliar o entendimento das soluções de blockchain, tokens, DREX e cripto.

Estudo setorial

A pesquisa faz parte de um amplo estudo setorial denominado: “Universo blockchain: guia e estudo sobre o uso da tecnologia no Brasil”. O documento aponta de forma detalhada todo o universo de Blockchain, desde conceitos e tipos de tecnologias, oportunidades de negócios, casos de estudos e aplicações práticas. Além disso, o estudo oferece uma compilação atualizada dos aspectos regulatórios no Brasil e em outros países, e aponta risco e tópicos fundamentais de governança e compliance.

Um aspecto crítico observado no estudo é de que as mudanças regulatórias estão evoluindo no Brasil, assim como é apresentado a evolução em outros países. Essa rápida evolução do arcabouço legal vem acompanhada de um conjunto de oportunidades de negócios, conforme são apresentados no estudo 11 casos práticos de aplicação do universo blockchain brasileiro.

Adicionalmente, novas tecnologias e novas soluções são destaque no estudo. Diversas tecnologias derivadas da blockchain, tais como criptomoedas, stablecoins, identidade digital, entre outras, são explicadas e contextualizadas. Um capítulo próprio explora o tema do Drex, a CBDC (Central Bank Digital Currency) brasileira do BACEN, destacando seus usos, possibilidades e desafios.

Para que as empresas que desejam ingressar na exploração do universo blockchain o estudo oferece recomendações práticas de como estabelecer mecanismos de risco, compliance, cibersegurança e controles internos.  De acordo com a análise realizada pela PwC, as recomendações na jornada de adoção dessas soluções se dão através da orquestração de um conjunto de capacidades estruturantes. "Ao todo, sete passos precisam ser tomados pelas empresas para a maturidade das soluções estudadas na pesquisa, como confirmar a ambição para essas soluções; reservar os recursos adequados para execução; avaliar estratégias de adoção aceleradas com parceiros; mapear e prevenir os riscos externos e internos; criar cadência através de objetivos mensuráveis; criar um ambiente de inovação propício para as soluções e rever, ajustar, corrigir e não desistir", afirma Willer Marcondes, sócio da Strategy&, divisão de estratégia da PwC Brasil.


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