A Infura, gigante de infraestrutura cripto, anunciou que está dando seu primeiro passo para descentralizar os principais componentes de seu serviço. A medida visa evitar interrupções para as empresas que alavancam sua pilha de tecnologia, bem como tornar a rede mais resistente à censura.
Mais de uma dúzia de gigantes da Web2, incluindo Microsoft e Tencent, fizeram parceria com a empresa-mãe da Infura, a Consensys, para ajudar a descentralizar a rede. Isso inclui a carteira Metamask de propriedade da Consensys – a carteira Ethereum / Web3 mais popular com mais de 30 milhões de usuários.
"O custo e a complexidade envolvidos na execução de um serviço como o Infura eram meio limitantes em termos de com quem poderíamos fazer parceria para atender esse tráfego", disse Andrew Breslin, gerente sênior de produto da Consensys, ao CoinTelegraph. "Agora há um enorme ecossistema florescente de provedores de infraestrutura Web3 que podem fornecer um serviço que é complementar ao Infura."
A Infura anunciou pela primeira vez planos para descentralizar seu serviço há mais de um ano. Em agosto de 2023, publicou um post no blog explicando como sua Rede Descentralizada de Infura (DIN) começaria federando sua camada RPC roteando solicitações "com base em um sistema federado de provedores com ofertas distintas".
De acordo com Breslin, o DIN oferecerá "suporte de failover" para Ethereum e sua rede Polygon de camada 2, o que significa que a Infura pode redirecionar o tráfego para seus parceiros em caso de interrupção.
O problema da centralização da Infura
O Infura não é necessário para que o Ethereum continue funcionando, mas seu serviço é exigido por uma série de aplicativos populares do Ethereum que dependem dele para tempo de atividade e dados precisos. Alguns aplicativos que usam seus serviços incluem Uniswap, Compound e Brave.
A Infura sofreu um desses eventos de interrupção em abril de 2020, afetando a funcionalidade do Metamask e de vários outros aplicativos.
Os críticos da Infura também alertaram que um ataque bem planejado ou uma ação legal suficiente contra ela – particularmente de atores do governo – poderia facilmente interromper a funcionalidade de suas redes suportadas.
Após o lançamento, o DIN permitirá que os usuários acessem os dapps Ethereum de uma maneira mais resistente à censura, em vez de depender de um provedor em um só lugar.
"A Infura e esses 18 parceiros estão participando dessa fase federada do DIN, o que significa que trabalhamos como parceiros iguais", disse Breslin.
Comparação com o Bitcoin
Em comparação com o Ethereum, executar um nó Bitcoin completo é muito menos intensivo em recursos para os usuários médios fazerem por conta própria, embora a última rede seja geralmente vista como sendo menos programável.
"A descentralização é um objetivo importante para a infraestrutura de criptomoedas", disse Breslin. "O DIN é um passo importante para alcançar esse objetivo."
