25/07/2023 às 12h21min - Atualizada em 25/07/2023 às 12h21min

Tokenização não é fazer tokens: a importância de mudar o mindset do mercado

Entender o funcionamento do mercado é importante para conhecer as suas inúmeras possibilidades que vão muito além da oferta tradicional de crédito

Por Cássio Krupinsk, CEO da BlockBR
É impossível continuar ignorando o universo da tokenização e dos ativos digitais. A adoção do mercado pelo banco central deixa próximo as vias de fato por grandes empresas, e a valorização crescente das criptomoedas, além da segurança e facilidade das transações são alguns dos fatores que estão atraindo cada vez mais atenção para essa forma de descentralizar investimentos.  

A tokenização funciona por meio da transformação de um ativo em diversas frações digitais usando blockchain. Essa transformação dá origem a um token, a representação digital deste ativo, seja ele dinheiro, um direito ou uma propriedade. Ao estruturar juridicamente uma operação de tokenização e criar frações do ativo, é possível negociar qualquer coisa de maneira mais barata, prática e descentralizada, desde uma variedade de produtos financeiros a ativos reais.  

Entender o funcionamento do mercado é importante para conhecer as suas inúmeras possibilidades que, nos dias atuais, vão muito além da oferta tradicional de crédito. Porém, tokenizar não é apenas fazer tokens

A discussão em busca da evolução é a porta de entrada para que em alguns anos, tudo se torne mais simples. A infraestrutura de tokenização é complexa e muito bem estruturada produto a produto e a mudança do mindset do mercado entendendo esta aplicabilidade é a verdadeira tokenização: um processo de criar novas estruturações jurídicas e tecnológicas para serem aplicadas no mercado regulado com a missão de difundir a importância da inovação em conjunto. É preciso que o mundo corporativo entenda que isso não é concorrência e sim um ambiente que todos utilizarão, com espaço para cada projeto alavancar dentro de seus respectivos segmentos.  

Além disso, é preciso focar em infraestrutura. A próxima geração de títulos e tokenização de ativos necessita de padrões regulatórios em todo o mundo. Para um processo real de transformação nesse caminho, é preciso reorganização a nível institucional para as empresas se envolverem.  

Nessa toada, dentro de dois anos, o token se tornará o novo normal, deixando até de se chamar token e substituir o padrão. Assim como, por exemplo, usávamos em 2010 o Blackberry e em 2012 passamos a utilizar smartphones. O mercado irá migrar da mesma maneira e a popularização da tokenização já traz vantagens que passam pela automatização, redução de custos e descentralização dos processos, desde custódia, compliance, transação, verificação e controle de ativos, ou seja, garante maior liquidez entre as pontas.  

A missão da tokenização é disruptiva e oferece um mundo repleto de novas possibilidades. De acordo com um estudo da Bernstein, que tem US$ 3 trilhões de ativos de investidores sob gestão, a tokenização deve movimentar US$ 5 trilhões em negócios até 2028. Para essa estimativa, a empresa considera a tokenização de diversos ativos, como títulos públicos de governos, ações e títulos de dívidas de empresas, papéis imobiliários e ainda as moedas digitais. 

Atualmente, os tokens vêm provocando importantes transformações no mercado financeiro e estimulando diversas discussões ao redor do mundo, especialmente sobre sua utilização e legalização. Afinal, até hoje muitas exchanges vinham oferecendo ativos sem lastro e garantias para o investidor e a tokenização através de empresas que focam na evolução do mercado trabalha para que isto não aconteça. Há milhares de tokens espalhados pelo mundo, cada um com seu propósito e funcionalidade, mas quando o mercado se unir em um propósito coletivo de disseminar a vocação imensurável dessa plataforma, o verdadeiro objetivo de tokenizar pode revolucionar a forma da sociedade lidar com o dinheiro. 
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