26/04/2023 às 18h58min - Atualizada em 26/04/2023 às 18h58min

Tokenização e mercado imobiliário: como a Cryptum está facilitando entrada de empresas na Web3

Edifício SulAmérica, na Faria Lima, tem laje que será tokenizada pela Kodo Assets_Foto: Kodo Assets/Divulgação / Estadão
Se antes, com o surgimento da tecnologia blockchain, a Web3 tinha foco majoritário em bitcoins e outras criptomoedas, hoje a realidade começa a mudar para outros tipos de moedas e formas de investimento. Cada vez mais em alta, a tokenização de ativos tem ganhado espaço no mercado e existem perspectivas de que 10% do PIB mundial, quantia equivalente a US$ 16,1 trilhões, esteja em ativos tokenizados até 2030, segundo o Boston Consulting Group (BCG). No Brasil, o cenário não é diferente: de acordo com uma pesquisa do Banco de Nova York Mellon, 60% dos investidores institucionais do país avaliam aplicar ou já fazem isso nesta área.

Entre as empresas que estão capitaneando essa inovação está a Kodo Assets, gestora de ativos imobiliários tokenizados, que vai disponibilizar até o começo de maio uma oferta de tokens direcionada ao mercado internacional no valor de R$ 3,5 milhões. O objetivo é facilitar globalmente o acesso e o investimento aos ativos imobiliários, sendo essa a sua primeira representação em um imóvel comercial localizado na Avenida Faria Lima, em São Paulo, com 1.144 metros quadrados. 

Diferentemente da tradição e da expertise que os seus fundadores possuem do setor imobiliário, para realizar o seu processo de tokenização a Kodo Assets procurava por um parceiro especialista na oferta de soluções tecnológicas focadas em blockchain. O objetivo era conectar a sua plataforma à Web3 e oferecer produtos baseados em cripto, encontrando na Cryptum, empresa que está liderando o caminho para a Web3, as soluções e os módulos necessários para realizar esta operação. 

Por meio de sua oferta de BaaS (Blockchain-as-a-Service), a Cryptum possui entre os seus módulos a tokenização de ativos digitais e físicos - denominados por RWA (Real World Assets), sendo o último tendência no setor imobiliário.

 

“O processo consiste na representação de ativos por meio da emissão de tokens via contratos inteligentes das redes blockchain, que representam a propriedade ou parte dela, em determinado imóvel, por exemplo", explica André Salem, CEO da Cryptum. “A maior parte desses tokens pode ser comprada e vendida como qualquer outro ativo monetário, permitindo acesso global, e que as pessoas participem com apenas uma fração do valor total de determinada propriedade, democratizando a oferta e aumentando a liquidez do ativo”, completa.


Para Ciro Iamamura, CEO da Kodo Assets, esse ramo é muito promissor e, por isso, surgiu a decisão de adquirir um imóvel localizado na cidade de São Paulo, no coração do mercado financeiro da América Latina. “Embora o imóvel esteja localizado no Brasil, temos ainda no aspecto regulatório local a restrição da oferta para o público brasileiro. Somos sediados em Bahamas e a nossa meta é impulsionar uma verdadeira onda de inovação no setor imobiliário, permitindo que imóveis sejam comprados de forma segura e ágil, sem burocracia e altos custos tradicionais. Por fim, encontramos na Cryptum a parceria ideal para integração com a blockchain e as frentes de DeFi, o que nos possibilita focar o nosso tempo e a nossa expertise diretamente no negócio”, diz Iamamura.

Tokenização se torna porta de entrada para empresas na Web3

Bem como a sua regulação, o mercado de tokenização está em constante construção e evolução, conforme os usuários entendem melhor o potencial desse campo e também quando os respectivos órgãos reguladores trazem uma chancela de segurança maior para o investidor. "A tokenização pode ser considerada uma das principais portas de entrada para as fintechs na Web3. Além disso, o Brasil é referência crescente em tecnologia para transformação financeira e projetos inovadores", fala Salem. 

De forma geral, a tokenização possui muitas vantagens e um dos principais setores na tokenização de ativos é o imobiliário, uma vez que a área apresenta muitas facilidades a nível de acesso global. Entre os benefícios estão o aumento de liquidez em consequência da ausência de barreiras físicas, a diminuição de custos de transação, a eliminação da dependência de intermediários que podem elevar gastos ou ter algum tipo de proveito em cima do consumidor final e a segurança e a transparência que só a tecnologia blockchain pode oferecer. 

Em relação às fintechs, Salem destaca outros ramos que possuem grande aderência e potencial para a tokenização, como os ativos financeiros, representados por moedas estáveis próprias de bancos, plataformas ou empresas, assim como programas de fidelidade. Outro exemplo são as iminentes Central Bank Digital Currencies (CBDCs), que abrem porta para uma potencial adoção em massa das finanças descentralizadas (DeFi).

 

"Sob uma visão do setor, a ponte gerada com DeFi tende a criar uma nova e completa gama de produtos financeiros estruturados, com níveis de rendimento, colaboração e principalmente grau de acesso inéditos, o que é super positivo", fala.


"Sabemos que construir e se conectar com esse tipo de solução ainda é um grande desafio para a maioria das organizações, seja por expertise tecnológica ou por diferente foco core dos negócios. Contudo, pelas suas características e aplicação multi indústrias, podendo ser usadas em diferentes contextos, a tokenização vem marcando robusto nível de adoção, podendo transformar a maneira  como investidores e companhias interagem, e, portanto, o mercado propriamente em que atuam”, finaliza Salem.
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