"O sentimento dentro do setor é de alta, o que pode afetar positivamente todo o mercado de criptomoedas. Embora o mercado esteja esperando um comportamento semelhante para este halving, o aumento percentual pode ser menor e, se ocorrer, será ao longo do tempo", destaca Gelderman.
"Perspectiva para o halving deste ano segue bastante positiva. Porém, medir até onde e quando ela pode ir se tornou algo muito mais imprevisível do que no passado. O ciclo do halving atual é diferente de tudo o que já vivemos nos últimos 15 anos. A máxima histórica sempre vinha depois deste evento, não antes como estamos vivenciando agora. Quando a gente olha para os fundamentos, os ETFs à vista foram, claro, o maior gatilho desta subida aos US$ 73 mil. Isso, então, abre dúvidas sobre a intensidade que o halving vai proporcionar e até mesmo a duração, já que podemos entender que o ciclo de alta começou antes e, então, pode encerrar também mais cedo", reforça Fernandes.
"O impacto do halving se estende além do Bitcoin, afetando indiretamente outras criptomoedas. Embora o halving seja um evento específico do Bitcoin, o aumento no preço e no interesse por este pode levar a um aumento geral no interesse pelas criptomoedas, potencialmente beneficiando outras moedas digitais. Em relação à perspectiva pós-halving para as criptomoedas, enquanto evitamos fazer previsões especulativas, é possível esperar que o evento continue a ser um momento significativo para o ecossistema cripto como um todo", avalia.
"A cada halving do Bitcoin, a multiplicação do preço fica menor mesmo, e com o Bitcoin acima dos US$ 40.000 dificilmente ele se multiplica mais de 30x em 2 anos como em ciclos anteriores. Mesmo assim, o halving faz com que os esforços dos mineradores e o custo (principalmente de energia) que é gasto diariamente com a manutenção da rede do Bitcoin passe a gerar metade do retorno. Naturalmente, o Bitcoin precisa valer pelo menos o dobro em algum momento para justificar esse gasto, enquanto o ganho com taxas de transações ainda não sustenta a rede por si só. Outra coisa, quanto ao argumento de que a redução da oferta não tem impacto: realmente não teria em um mundo perfeito, com 21 milhões de BTC existentes e mais de 18 milhões em circulação, ou seja, liberar 3,125 BTC por bloco ao invés de 6,25 BTC passa a ter um impacto cada vez menor no preço. O problema é que é estimado que mais de 1/3 dos Bitcoins em circulação estão perdidos para sempre porque os usuários perderam suas senhas ou outras razões, então ainda deve ter impacto sim", prevê.
"O Halving é um evento que teve mais relevância no passado e a cada vez que ele ocorre ele perde relevância, pois a emissão é cortada pela metade, então sempre tem uma diminuição ali no impacto. Mas ele ainda tem um certo efeito. Ele está se tornando cada vez mais um efeito psicológico do que efetivamente um efeito prático, dado essa diminuição, à medida que a cada quatro anos no corte da emissão", observa.